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Sestâo de 20 de Fevereiro de 1924

outros elementos, melhor se pode chegar a um resultado dessa ordem.

Não se trata duma despesa nova.

Ora, disse também S. Èx.a que vou fazer o fomento agrícola encontrando a mesma verba, mas se um dia essa verba for deminuída, poderá acontecer que seja preciso um crédito.

E uma argumentação um pouco subtil, porque quando o Estado toma o encargo de realizar certos serviços, certamente ' que o não faz senão com intuitos de manter essa resolução.

Dentro do fomento agrícola cabe sempre uma verba como aquela de que se trata.

E, pois, mais um argumento, como os outros, de uma grande insubsistência.

E repare S. Èx.a como eu sou leal.

Direi que a propósito de qualquer economia, dentro da verba do fomento agrícola, esta corresponde sempre a necessidades de tal ordem que ó sempre pequena. Há sempre onde se gastar ainda que fosse muito maior.

Depois S. Ex.a. acerca da orientação deste decreto, diz que o acha em moldes pouco rígidos.

Já no outro dia me ocupei deste assim-to, fazendo ver que esta característica dava-lhe até uma nota inteligente, porque era a forma de procurar aqui e acolá aqueles meios de trabalho que se nos deparavam.

O paralelo citado de escolas agrícolas, em que surge um director num caso e em outro não surge, entre o que sucede em Évora e o que acontece em Lisboa, dá idea de que o pensamento dominante foi sempre este de encontrar pessoa competente para dirigir certos serviços.

Na estacão agrária de Lisboa, com uma organização completa, existe a diferenciação dos serviços, e quem a dirige é um corpo colectivo constituído por todos os chefes de secção.

Em Évora aproveitaram-se três categorias de serviços representadas por três funcionários.

Melhor ainda, escolhe o presidente desde que há um conselho.

E assim se passaram os casos.

Hoje já não estou disposto, como da primeira vez que falei, a acompanhar a questão sob o lado moral, por isso não insisto mais.

V. Ex.a falou-me neste «diz-se», neste «consta», que é processo corrente, e que a mim me desagrada em absoluto, E nesse «diz-se», nesse «consta». S. Ex.a incluiu casos tais como o da eleição de um director num conselho.

Como S. Ex.a se referiu ao' «diz-se» e ao «consta», não quero acompanhar S. Ex.a nessa atitude. '

S. Ex.a referiu-se depois também aos fundos de fomento agrícola e de ensino agrícola, enxertando aqui uma questão nova e aludiu à interpelação anunciada.

Devo declarar que não recebi ainda essa nota de interpelação; só tenho esta que está correndo.

Logo que essa nota me seja entregue, virei ao Senado imediatamente declarar--me como habilitado.

Pelo que respeita aos fundos do fomento e de ensino agrícola, S. Ex.a disse que se queria referir ao modo como tem sido íeita a sua administração.

Tinha até um grande prazer em ventilar aqui Este assunto, porque se trata de dois fundos autónomos que têm sido dirigidos por corpos colectivos dos quais tenho sido presidente até que fui nomeado Ministro da Agricultura.

S. Ex.a o Sr. Lima Alves deseja consultar as contas destes dois fundos.

S. Ex.a tem as -suas prerrogativas parlamentares que estão a seu favor. S. Ex.a dirija-se ao Ministério quando entender e encontrará os documentos relativos ao fundo de fomento agrícola, e ao fundo de ensino agrícola inteiramente à sua ordem. Depois conversará aqui comigo quando entender, e eu mostrarei à Câmara com números—e os números nunca mentem— como estes fundos que tenho tido a honra de administrar têm prestado ao País os serviços que havia a esperar deles.

S. Ex.a teve uma frase de grande infelicidade, chamou-lhe «fundo secreto».

Sou eu que tenho sido um dos administradores desse fundo.

Como funcionário público e como homem, a minha vida não tem sido secreta, pode ser apreciada por todos com honra para mim.