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Diário das Sessões ao Senado

reprovação, e lastimo que a Câmara se esteja ocupando de uma questão destr. natureza, quando há tantos assuutos inpcr-tantes marcados para ordem do dia.

Eu não calculava que esto projecto tivesse preferência sobre todos os que; estão para ser discutidos, e que são bem mais importantes e interessam não a uma região, mas a todo o país.

Lá ficam, para trás o projecto de lei referente aos Transportes Marítimos do Estado, o projecto de lei relativo ao inquilinato, emtim, todos esses projectos d-n lei importantes que devem ser votados quanto antes.

Se eu soubesse que este projecto de l?i entrava hoje em discussão, eu tinha trazido a estatística demográfica mr.is recente, e por ela se veria que os povos da Madeira e dos Açores, apesar de gozarem de um clima excelente, possuem es seus caractcras fisiológicos ern menor escala do que es das nossas prov.Yicias.

E porquê?

E porque campeia lá a tuberculose e toda a espécie de doenças que são originadas [)elo alcoolismo.

De maneira que, em lugar de procurarmos restringir o consumo do álcool, pretende-se ampliá-lo por meio deste projecto, passando de 20:000 deçalitros p era 50:000 decalitros.

Ora para evitar, que esses 50:000 d.-:ca-litros vão ser empregados no que se olia-inâ, o beneficiamento dos vinhos. <_-u p='p' aditamento.='aditamento.' de='de' a='a' para='para' mesa='mesa' proposta='proposta' uma='uma' mando='mando'>

O Sr. Vicente Ramos: — ^Pam o^ue servia a aguardente?

O Orador:—O artigo 2.° do projecto não diz até ocde vai a destilação.

Ao rnenos que esses 50:000 decalitrot sirvam para agente de calor, para agente de motor.

A proposta 6 a seguinte:

Proposta

Proponho que ao artigo 3.° se adicione o seguinte parágrafo :

§ único. O produto destilado será se-guidameiií3 desnaturado para ser empregado como combustível.

14 de Março de 1924.— Frederico António Ferreira de Simas.

O Sr. Aragão e Brito :— Sr. Presidente: eu conheço um médico que aconselhara a todos os seus doentes o tratamento pelos vegetais.

Pessoa sadia, robusta, sanguínea que é, a todos admirava como, sondo B. Ex.a apologista dos vegetais, conservava uma cor 'iam sadia, ao passo que os seus doentes eram esqueléticos e definhados.

Mas urn belo dia veio a descobrir-se quo este módico, que era o mais contrário à cerne e contra todos os alimentos que nHo fossem vegetais, era um grande carnívoro; bebia vinho e gostava dele.

Lembrou-me este caso, por causa desta discussão.

Todos nós somos contra o álcool, mas todos o bebemos e gostamos dele.

Com uma diferença: é que uns têm a coragem de dizer que o bebem, ao passo que outros querem mostrar que o não bebem.

A destilação dos 50:000 decalitros de álcool não evitava o alcoolismo na Ma-do'ra, tanto mais que os seus habitantes não são alcoólicos, e cos Açores ainda inenOs.

Há lá íilgumas fábricas, mas não se fabrica aguardente.

O Sr. Ferreira de Sim as desconhece em absoluto a lei que regula a destilação do álcool.

Trata-se de um regime especial.

Qu?m destila o álcool, é porque pode fi\zer o seu desdobramento em aguardente.

Ora se nós não consentíssemos na destilação desses 50:000 decalitros de álcool, o qu0 é que aconteceria?

Era a importação d3 mais bebidas alcoólicas, e por consequência, maior drena-gen de ouro.

Foi lida e admitida a proposta do Sr. ferreira de Simas.

O Sr. Aràgão e Brito:—Eequeiro a contraprova.

Feita a contraprova, foi admitida.

v

O Sr. Costa Júnior:—Eequciro que o projecto baixe à secção respectiva, visto já ter sido apresentada um a proposta, que foi admitida à discussão.