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Diário das Sessões do Senado

Chamam-me frequentes vezes jacobino, mas é necessário que nos entendamos.

Não tenho nenhuma . espécis de ódio aos1 ricos nem às elites, na qucl tenho a honra de ser um modesto, elemento.

Porém, julgo que élites-e ricos devem ser os primeiros a cumprir" com os seus deveres.

Quando isso suceder não há cuestão social.

Portugal cão será um País rico, mas é .um País de muita gente rica, o desde qno assim ó, Portugal tem do ser um País que se há- de bastar a si próprio,

Não podemos nós republicanos ser o pdrt a-voz das classes ricas ; devemos ser antes o porta-voz dos pobres.

Este projecto 'ó apenas criticável sob o ponto de vista jurídico, como o disse o Sr. Joaquim Crisóstomo.

Traia-se, entretanto, do nma autorização que é rodeada de toda a segurança.

Não é perfeita? Concordo.

Mas o Governo, pelo seu republicanismo; a executará como melhor convier aos interesses do Estado.

O Sr. Júlio Ribeiro :— O Sr, Silva Barreto na sessilo de sdxta-feira nlo conseguiu convencer-me da vantagem da união doa serviços dos correios com os dos telégrafos.

Tem S. E.x.a estudado bem o assunto, mas a sua argumentação foi para mini 'Contraproducente, porquanto vera apenas atingir a circunstância da preparação ser idêntica.

Hás s"e a preparação ó a mesma, & especialização e muito . diferente.

^Sorá poásíVel um funcionário ser perito em tudo'?

O Sr. Silva Barreto: — Há p aisos era iáso sucedo.

O Orador: — Numa grande parte dos países tal não acontece*

No' congresso do 1922 preconizou-se & Separação dos quadros, e foi exactamente no tom p o da especialização que se evidenciou a competência dos funcionários.

' E, tendo-se revoltado alguns íelegrafis-1,as, fizerem um plebiscito, e esse plebis--cito deu exactamente o que ia tinha sido-resolvido rio congresso oficial.

Mas, Sr. Presidente, continuando na mi-

nha ordem de considerações, devo dizer que os 'telegramas que o Sr. Herculano Galhardo recebeu também eu'os recebi e pedem €> imploram que se aprove o projecto tal como veio da Câmara dos Deputados. : •

Como disse e muito bem o Sr. Herculano Galhardo, o trabalho feito do boa vontade o bein remunerado é que pode ser proveitoso e perfeito.

Não os desgostemos, pois • que daí só pode reísultar prejuízo para o serviço e para o País.

O Sr. Herculano Galhardo : — É isso o que é preciso dizer-se o bem claro.

O Sr. Joaquim Crisóstomo: — Mas há--do ser para todos.

O Orador:—Mas agora para estes. Tenho dito.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (Nuno Simões),; — Sr. Presidente: vimos discutindo há duas sessões a proposta de lei vinda da Câmara dos Deputados que visa a regularizar os serviços telégrafo-postais.

Já na Secção respectiva se debateu o assunto de que se trata, e não foi o debate curto; tivemos aí ocasião do expor os di-versps pontos de vista e de modo apouco ter ouvido de novo no debato que vem fazendo-se na sessão do Senado.

Como já tive ocasião de dizer quando fui à 1.° Secção, a minha situação em face desta proposta de lei ó de absoluta ô inteira liberdade.

Nenhuma razão tem pois aqueles que invocaram quaisquer palavras que se referissem a imposições ou coacção. Nem isso está na tradição do Governo, nem pela minha parte eu aceitaria qualquer cousa que não fosse de sujeição às leis.

Encontrei quando cheguei ao Ministério ã presente proposta de lei já aprovada pela Câmara dos Deputados.