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Diário das Sessões do Senado

O Orador:—Eu ignorava efectivamente quo a importância das multas era tani insignificante.

Mas o que V. Ex.3 não me prova é c je os dicheiros que entram no Govêrao C^"il e nos cofres das polícias de Lisboa têm constituído receita geral do Estadc ; o que V. Ex." não prova é que tenha havido unia rigorosa c honesta administração.

A maneira como estou apreciando a proposta de lei, não tem nada de político ; tende a iniciar uma conduta de moralidade quo possa acabar com especulações e diatribes que muito prejudicam a administração republicana.

Convém que desapareçam as mintas dúvidas e que se satisfaça a curiosidade pública ..

O Sr. Presidente (agitando a campainha) : — Devo dizer a V. Ex.a que a hora vai adiantada e que ainda estão inscritos alguns Srs. Senadores para ant?;s de se encerrar a sessão.

V. Ex.a pode ficar com a palavra reservada.

O Orador:—Faça V. Ex.a como entender.

Fico então com a palavra reser/ada.

Antes de se encerrar a sessão

O Sr. Ramos Pereira: — Sr. Presidente: pedi a palíivra para chamar a atenção c.o Sr» Ministro do Interior para u^c facto que reputo grav:ssimo passado há dias em Monção.

Não é novidade para nenhum de nós que o movimento migratório político se tem acentuado.

Há dias veio de Salvaterra para Monção um cavalheiro altamente cotado e que trouxe os seus papéis em regra.

Na sexta-feirr. passada um tenente da «guardiã civil E e um cabo atravessaram a fronteira em Monção com o fim do prender o emigrado político D. José 3amon Alonso, que se encontrava num hotel daquela vila.

Como o tenente não conseguisse o seu fim. pediu auxílio ao tenente comandante do posto da guarda republicana, o c uai se negou a prestar-lhe qualquer auxílio.

Não contente com isto, o tenente espa-

nhol tratou de ver se por todos os meios conseguia deitar a mão ao emigrado, não podendo realizar o seu intento em virtude da £.thudo enérgica do povo, que deu em resultado '.er o intruso de fugir de noite a hora em que já não era permitida a passagem na fronteira.

Eu chamo a atenção de V. Ex.a pedindo o favor de transmitir estas minhas considerações ao Sr. Ministro dos Estrangeiros, porque reputo grave o que se passou naquela vila fronteiriça.

O Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso):— S r. Presidente: pedi a palavra para declarar ao ilustre Senador Sr. Ramos Pereira que ignorava o facto que S. Ex.a acaba de expor; tomei nota das suas considerações e transmiti-las hei ao Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros.

O facto é de tal ordem que não pode passar sem o devido correctivo.

O Sr. Medeiros Franco: — Sr. Presidente : recebi há dias um telegrama do Sr. governador civil de Ponta Delgada, comunicando que a agência do Banco de Portugal havia recebido ordem de suspensão de pagamento aos funcionários públicos. Isto era importante, era grave.

Sr. Presidente: com o conhecimento que tive deste telegrama, fui ao Banco de Portugal, como se costuma dizer, à fonte, e ai; fui informado, depois de várias peripécias, e devo dizer até que muito arnà-velraente, de que tinha sido já transmitida uma ordem de pagamento, de 400 contos, à agência do Banco de Portugal, para que esta ficasse habilitada a fazer os pagamentos dos funcionários públicos; mas fui informado também de que o Banco de Portugal tem de fazer esta restrição às agências para as operações do Tesouro.

Ora isto afigura-se-me importante e grave; por :.sso pedia ao 3r. Ministro do Interior o obséquio de transmitir ao Sr. Ministro das Finanças estas minhas considerações, para que S. Ex.a, junto do Banco de Portugal, providencie de forma a que não se deixem de realizar os pagamentos que por essas agências são feitos.