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Cessão de BO de Abril de 1924

Por ocasião do funeral, as igrejas de Santo Estêvão e de Santa Maria, tocaram os sinos, o que motivou terem ficado interditas.

Informam-me não ser a primeira vez que as-igrejas de Valença tocam os sinos por ocasião de enterros civis, sem que essas igrejas tenham ficado interditas, parecendo portanto ter sido intencionalmente que'houve agora outro procedimento.

O sentimento religioso é digno de todo o respeito quando não se pretende fazer desse sentimento uma arma política.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Sr. Presidente: lamento que não esteja ainda presente nenhum dos membros do Governo.

Sondo eles em número de 11—falta apenas uni para uma dúzia —este número ímpar podia muito bem fazer-se representar por um dos ministros da pasta económica ou do Interior, para ouvir os membros do Senado, os seus queixumes e reclamações sobre o que se está passando em Lisboa e o que se trama. para o 1.° de, Maio.

Sr. Presidente: q ilustre par — e eu digo par por ser meu igual nesta Câmara o para dar um pouco de satisfação ao ilustre Senador Sr. Oriol Pena—fez sentir sobretudo as apreensões que tinha a propósito da chamada de novas tropas a. Lisboa.

Sr. Presidente: entendo que neste momento seria preciso que na pasta do Interior se sentasse uma criatura que tivesse o conhecimento exacto da situação de Lisboa, sobretudo preparado para defender o Estado, o lar e a família.

O Sr. Álvaro de Castro, interessado como está, embora em duplicação no Ministério das Finanças com o director geral da. Fazenda Pública, não pode efectivamente como Presidente do Ministério vir aqui aquietar o espírito do Senado; mas o Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso) podia muito bem vir aqui dizer tudo que sabe e lhe consta acerca de vários boatos que para aí correm.

Eu, Sr. Presidente, tenho apreensões e não me julgo, ou sinto trauqiiilo, pelo facto da ordem pública estar à mercê .da fraqueza do Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso).

Precisamos no momento actual de-um homem de pulso enérgico e forte, quali-

dades que não possui o Sr. Ministro do Interior.

Mas, Sr. Presidente, aproveito a oportunidade a fim de mandar para a Mesa uma nota de interpelação conjuntamentc aos Srs. Ministros das Finanças e do Comércio. Essa nota de interpelação ó-somente para saber se S. Ex.u o Sr. Ministro das- Finanças está ou não na disposição de fazer a aplicação da lei de responsabilidade ministerial, e de o Sr. Ministro do Comércio poder dizer ao Senado quais as razões por que não se aplicam as disposições da lei bancária, sobretudo na parte que diz respeito às operações cambiais, ou ao exercício do comércio de câmbios promovido por esses bancos.

Sr. Presidente: interessante seria, até para agradecer a V. Ex.a, só porventura tivesse a generosidade de mandar avisar os membros do Governo.

O Sr. Presidente (interrompendo): — Pela terceira vez, já mandei avisar algum dos Srs. Ministros, à outra Câmara.

O Orador: —V. Ex.a, Sr. Presidente, cumpre sempre com o seu dever. Mas entendo que o Senado devia interromper a sessão até quo estivesse representado o Poder Executivo.

O Sr. Presidente (interrompendo]: — O Senado não está às ordens do Governo.

Vozes: — Apoiado ! Apoiado I

O Orador:—r-Era só para continuar a existir a harmonia entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo.

Peço, portanto, a V. Ex.n para mo conservar a palavra reservada para uma ocasião dessas, que podia ser hoje ou amanhã, e até na Secção para poder ouvir qualquer dos membros do Poder Executivo.

Tenho dito.

O orador não revia.

O Sr. Augusto de Vasconcelos: — Sr. Presidente : quási que podia desistir da palavra, visto não estar presente nenhum dos Srs. Ministros.