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Diário das Sessões do Senado

Já ontem o disse, e agora que as causas se agravaram ainda tenho que u confirmar novamente.

sL> extraordinária esta falta de cuidado que o Governo tem para com os seus deveres a respeito do Parlamento.

Passam-se factos de alta gravidado PUI Lisboa.

A população está alarmada com a chamada de tropas, que representa uma verdadeira mobilização.

(? O que quere isto dizer '?

Veritica-se que o Parlauiemo não está guardado com a sua guarda habitual. Tudo isto sào cousas que é preciso explicar e essas explicações só podem ser pccidas do alto desta tribuna.

Reconheço que o Sr. Presidente de Ministério prefere trazer estas explicações a público no Ministério cio Interior, mas nós é que temos obrigação de aqui -pedir ess.is explicações ao Governo.

Há a conhecida greve dos padeiros, que, em vez de se ter atenuado como o disse o Sr. Ministro da Agricultara ontem, se agravua, porque o pão hoje ainda faltou mais do que ontem.

Isso está verificado "pelos jornais e por todos nós,

A esta greve vem juntar-se outra greve.: a dos cliavfâérs e condutores de cs.rro-ças, de maneira que hoje de manhã .não havia géneroá na praça para alimentação do público.

Ora se eu reconheço que o Sr. Ministro tem de ser Intransigente perante algumas das reclamações dos padeiros, como a qua respeita à abolição das balanças, já o mesmo não posso dizer pelo qu? respt-ita às reclamações dos clmiiffeura, pornue algumas delas são realmente justificadas.

Sr. Presidente: eu não ando de automóvel há pouco tempo. Não devo esta facilidade locomutora h República. Antes-

Muitas vezos o pus ao serviço da propaganda da República, como V. Ex.a estará certamente lembrado.

Tenho mna larga experiência desse modo de locomoção e sei, como tocos aqueles que o usam, que realmente a maneira como se multam os cJiavjfeiirs é, em geral, arbitrária, inconvenien^o e atrabiliária.

Por eadu multa pagavam já hoje os

chauffears 85$, que subiam a cento e tal com várias alcavalas.

Agora uma multa dessas são 810$ iniciais.

Com as alcavalas vai para o conto de réis.

Compreendo que só lancem multas elevadas quando elas sejam absolutamente justificadas; mas o que não compreende e contra o que os chauffeurs reclamam com justiça é que se lancem estas multas po-íidíssimas,- quando isso é feito pela maneira mais leviana, chamemos-lhe assim, que se pode fazer.

Há verdadeiros abusos nesse sentido. Todos os conhecemos; e quando eles representam contos de réis, compreendo que a classe venha reclamar.

Para rudo isto desejaria chamar a atenção dos Srs. Ministros. Mas S. Ex.as mio aparecem e tenho de me limitar a constatar a sua ausência.

i Quando me dizem que o Governo está a trabalhar, ainda tenho mais medo! Qiiási qae prefiro que ele não faça nada.

Hoje verificou-se em Lisboa que um género de alimentação corrente, muito izsado pelo povo, desapareceu de repente. Houve paralisia na venda das batatas em Lisboa.

Porquê? Já se sabe porquê.

Foi estratagema para amanhã aparecerem por preço mais elevado.

Ora o Governo deve saber se esse desaparecimento das batatas foi determinado por algum sortilégio previsto pelo Código Penal.

Não quero estar a abusar de V. Ex.a, Sr. Presidente, pedindo-lhe para transmitir ao Governo estas minhas considerações, corao tenho a esperança que a imprensa também lhas transmita.

De maneira que faço estes reparos apenas como uni desabafo entre amigos e colegas, para ver se desse desabaío alguma cousa fica.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente : — Transmitirei ao Sr. Ministro da Agricultura as considera-çõo? de S. Ex.a