O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Diário da» Setiõe» do Senad*

pulares de Coimbra com uns cartazes por tal forma —permitam-se-me os tornios— reles e baixos que eu me abstenho de dizer o que continham.

Sem ser ofensivos da moral pública, eram ofensivos do bom senso, do decoro e até da dignidade de quem os fez; mas os rapazes tomaram as cousas da mão de quem vinham, desprezaram esses pasquins e fizeram a sua tradicional festa.

Na véspera o presidente da associação académica tinha sido avisado de que, por motivo do programa, seriam assaltados os estudantes e provocados tumultos; e o que é certo é que os factos confirmaram o aviso e, quando o cortejo cheirava à Praça 8 de Maio, um dos populares avançou e arrancou as barbas postiças que um dos estudantes levava.

Daqui resultou o conflito.

O comissário de polícia, que não sei quem é, tendo conhecimento de que se iam dar os tumultos, chamou um dos principais organizadores deles, que é conhecido por alcoólico, e esteve a convencê-lo a não fazer cousa alguma do que projectava e dando-lhe cerveja para mais o convencer.

O que é verdade é que esse homem foi visto depois entre os desordeiros.

Generalizado o tumulto, houve corre-;rias e um estudante caiu. Sobre ^le cinco polícias descarregaram pancadas, não com o gume más com as costas dos sabres.

Num outro rapaz todos esses polícias bateram e um popular deu-lhe uma ben-"galada, Osem que nenhum agente de polícia prendesse esse popular.

A polícia de Coimbra, saída das classes civis locais, tem a sua natural tendência para as auxiliar e tem a aversão, que é tradicional, contra a classe académica.

Futricas e .estudantes nunca SD puderam ver em Coimbra e, portanto, é preciso que haja energia.para poder manter uns e outros dentro dos limites legais e razoáveis.

Praticadas agressões, naturalmente im-punha-se nm inquérito.

Pude constatar em Coimbra, onde estive no domingo passado, que a academia está grata à forma como o Sr. Miaistro do Interior a recebeu, mas não pode concordar que seja encarregado do inquérito um inspector ou comissário de polícia.

Nã,o sei se o facto é verdadeiro porque vi hoje nos jornais que esse funcionário. apenas estava a levantar- ali um processo disciplinar contra os seus subordinados.

Se assim é, muito bem: está dentro das suas atribuições e no cumprimento dos seus deveres.

Mas para fazer o inquérito, que é indispensável que se faça, para averiguar quem é o culpado e punir os criminosos, estejam eles onde estiverem, não me parece que se deva ir buscar o sindicante a nenhuma das classes em luta.

Se é o Sr. comissário da polícia ou o Sr. governador, civil <_ que='que' ser='ser' ou='ou' é='é' qualquer='qualquer' o='o' p='p' professor='professor' académica='académica' associação='associação' há-de='há-de' também='também' não='não' da='da' presidente='presidente' porque='porque'>

Estes não podem por motivo das suas paixões; mas por essa mesma razão não pode sor ninguém do corpo de polícia.

Nestas condições, eu peço ao Sr. Ministro do Interior que nomeie alguém fora das paixões e esteja acostumado a fazer justiça.

Parece estar indicado um magistrado de fora de Coimbra.

Claro está que os estudantes se recusam terminantemente a ir depor perante, os funcionários da polícia, o que é perfeitamente compreensível. E o caso não está tam fácil como parece, embora se trate do que nós costumamos chamar «rapaziadas».

Eu quero ainda chamar a atenção do Sr. Ministro do Interior para outro facto.

O Senado Universitário é constituído por criaturas de ilustração e inteligentes; pois, pôs-se ao lado dos estudantes.

Outro caso: há poucos dias ia num eléctrico um ilustre professor de medicina acompanhado pelo presidente da Associação Académica e por um outro estudante. Pois foram de tal maneira atacados, que tiveram de empunhar as pistolas para se defenderem.

Eeferiram também os jornais ao facto de um estudante ser perseguido a tiro de noite.

Mas há m;ais. Tendo sido um académico atacado com! cinco tiros, ele foi participá--lo aos seus companheiros, que imediatamente se armaram percorrendo as imediações.