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Sessão de 4 de Junho de 1924

não poderiam praticar ou não poderia dar--se uma lamentável desgraça.

Na Universidade há, como se sabe, muitos estudantes militares, muitos estudantes que são oficiais do exército. Ora, como sucede em toda a parte — verifico apenas o facto—-"as forças do exército não vêem bem as forças de polícia.

Estando essas forcas ao lado dos estudantes e não podendo ver bem a acção da polícia, pode dum instante para o outro dar se um choque muito mais grave.

Emfim, eu não duvido das pessoas que possam estar encarregadas da missão do inquérito, porque não costumo duvidar das pessoas que não conheço 7-mas é indispensável que se faça um inquérito sério e honesto e fofa das paixões.

Uma outra parte deste assunto diz respeito ao Sr. Ministro da Instrução, que ó a do encerramento" dos estabelecimentos escolares de Coimbra. Está bem, mas deixando aos alunos a faculdade de fazerem exame na época própria.

Espero, pois, que o Governo tenha a respeito do assunto uma acção enérgica e inteligente.

Tenlio dito.

O Sr. Ministro do Interior (Sá Cardoso):— Sr. Presidente: o conflito de Coimbra foi historiado pelo Sr. Pedro Chaves e creio que foi historiado como os factoso se passaram.

Pelo menos, as informações que tenho são as mesmas.

A origem do conflito saiu do programa .da «queima da fita».

Houve uma frase que, fosse como fosse, foi tomada pelos futricas como uma ofensa...

O Sr. Pedro Chaves (interrompendo): — Permitá-me V. Ex.a que eu o informe de que isso é tam insubsistente, que houve quem dissesse que isso era uma.forma de mandar os futricas para onde eles não queriam e quem tivesse a opinião de que com isso se queria dizer que 6les não tinham tomado chá em pequenos.

O Orador: — A írase podia ser tomada como ofensa, embora eu queira crer que os estudantes não tinham em mira ofender, mas gracejar; as ofensas só são classificadas como tais quando as pés-.

soas que as recebem assim as classificam.

Houve alguém entre os futricas que entendeu que se tratava duma ofensa. A frase é equívoca e podia ser tomada num sentido que não fora a sua intenção.

Diz-se que houve desmandos por parte da polícia e que houve agressões a estudantes, a populares e até à -polícia.

Pelo que sei do Sr. governador civil, pode aceitar-se como bom o facto de a polícia merecer censura.

Mas quanto ao resto, aos casos narrados pelo Sr. Vergílio Chaves, é o estado de agora da sociedade portuguesa.

O que é certo é que os estudantes se envolveram em desordem com os futricas.

Os estudantes vieram a Lisboa, tiveram uma conferência no Parlamento comigo, e disseram-me qual a situação como a entendem.

Assim me disseram qu'e a polícia os tinha agredido e tinha sido, parcial. Que o Sr. governador civil tinha determinado um inquérito feito pela própria polícia, que não podia merecer assim a maior, confiança.

Embora o inquérito ordenado pelo Sr. governador civil de Coimbra fosse só aos actos da polícia, concordei com ele, excepto na parte em que queriam que eu nomeasse já um sindicante, sem que eu trocasse primeiro impressões com o Sr. governador civil. Primeiro então teria de demitir o Sr. governador civil.

Pareceu-me que eles se foram embora pouco convencidos das minhas afirmações.

Mandei um telegrama para Coimbra, que se cruzou com um comunicado do Sr. governador civil, que me mandava dizer quais os factos passados, e que tinha nomeado para.fazer uma sindicância, não aos acontecimentos, mas à polícia, o inspector que era chefe supremo da mesma e que não tinha entrado no conflito.

Disse quê isso estava muito bem feito.

Depois eu nomeei um dos meus seera-tários que é oficial do exército e também bacharel para ir a Coimbra apurar como os factos se passaram"..