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Diário das Sessões do Sentido

Parlamento com o fim de melhorar a situação financeira do Estado e a situação económica do País, essas medidas não poderão produzir o menor resultado se a ordem não estiver plenamente as&egu-rada.

É já tempo de todos se convencerem de que a divergência de princípios, que às vezes nos dividem, ou as diferenças de opinião, que mantemos, devem ser discutidas pelos meios legais, isto é, pela imprensa, na tribuna parlamentar, ou nos tablados dos comícios, mas nunca a tiro ou à bomba, porque se continuássemos nesse cammho cavaríamos irremediavelmente a perda da Nação.

Por último, e antes de concluir, direi que, com satisfação, vejo o Governo, pela pasta das Finanças, prometer uma honesta administração, diminuição de despesas, criação de receitas e arrecadação rigorosa das actualmente existentes.

Evidentemente que na parte que diz respeito à nossa administração pública, há reduções a fazer nas despesas de diferentes Ministérios, reduções essas que deverão ser feitas de forma a não diminuir a eficiência dos diversos serviços e a não provocar a sua desorganização.

Na parte que diz respeito a uma rigorosa arrecadação de receitas, assim, como em todos os assuntos relativos à ordem pública, pode o Governo contar com o meu incondicional e sincero apoio, mas na parte que diz respeito à criação do novas receitas é que o meu apoio não pode ser incondicional.

Terá. sini, o meu apoio sincero em todas as medidas tendentes à criação de novas receitas, e em todas as propostas tendentes ao equilíbrio orçamental, quando essas medidas ou essas propostas não venham afectar a situação económica do País.

Terá o Governo todo o meu apoio nas medidas tendentes a melhorar a situação financeira do Estado, quando essas medidas não acarretem a desvalorização do crédito áa Nação.

Tenho dito.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Sr. Presidente: não deve estranhar V. Ex.a,Sr. Presidente, nem deve estranhar o Senado, a atitude que vou tomar, uma vez que a isso estou autorizado pelo discurso feito

pelo ilustre leader deste lado da Câmara. O Sr. Pereira Osório não se limitou a apresentar os seus cumprimentos protocolares ao vSr. Rodrigues Gaspar e aos Ministros que o acompanham neste gabinete.

Durante o discurso de S. Ex.a, de três quartos de hora, assestou as batarias de combate ao Governo do imortal Sr. Rodrigues Gaspar.

Definiu-se, assim, o voto secreto emitido pelo Directório do meu Partido, na parte que diz respeito ao Sr. Pereira Osório.

Não pode, pois Y. Ex.a, Sr. Presidente, na sua qualidade de marechal do Partido Republicano Português, e bem assim não devem os meus correligionários estranhar que eu levante aqui a minha voz contra o facto de ter sido investido na Presidência do Governo da República o famoso Sr. Rodrigues Gaspar.

Os keepers que receberam o Governo em nome dos partidos que representam nesta Câmara, deixaram tam enfraque: eido o Sr. Rodrigues Gaspar que me permitem fazer o goal com superior vantagem.

Apenas cumprimentos do mais elemen tar- protocolo fizeram ao Governo os leaders desta casa; especialmente registado ficou que ao Sr. Rodrigues Gaspar foram dirigidos cumprimentos frios e taciturnos, como a significarem absoluto desinteresse pplo seu Governo e mormente pela sua pessoa.

Quando a cumprimentos também eu poderia acompanhar o meu. ilustre leader, porque nas cadeiras do Poder sentam-se homens por quem tenho a máxima consideração e a muitos estou ligado por laços de grande estima pessoal.

j Mas na guerra, como na guerra! Desde o princípio da formação do actual Ministério, eu tomei uma atitude de hostilidade para com a pessoa do Sr. Rodrigues Gaspar.

Não há disciplina partidária que me obrigue a tomar outra posição.

Também o ilustre leader do Partido Republicano Radical, Sr. Procópio de Freitas, apresentou os seus cumprimentos ao Governo; mas S. Ex.a exagerou muito a sna missão.