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í)iário das Sessões do Senado

rã a mínima confiança como diplomata, porque é que o mantém ali?

Há um outro diplomata que eu não sei também como se pode conservar em Roma junto de Sna Santidade o Papa. Hefiro--me ao Sr. Augusto de Castro.

S. Ex.3 deve a estas horas saber que faz parte do actual Governo um homem, que eu muito prezo, o Sr. Bulhão Pato, um perfeito gentil-homem do século .xvm, sempre bem posto, e que eu tenho ouvido aqui sempre com muito agrado.

Mas S. Ex.a, quando se lembra de ser jornalista, despe toda essa toUette de gen-tleman, põe o barrete frígio até as orelhas, arma-se em sans-culotte e não lhes digo nada...

Eu antigamente quando via um artigo assinado por Álvaro Bulhão Pato julgava que era outra pessoa, porque não podia conceber que as doutrinas desses artigos fossem do nosso -tam simpático colega Sr. Bulhão Pato.

O facto é que o nosso simpático Bulhão Pato diz, no Rebate, órgão do partido, nem mais, nem menos do que isto;

«Extinta a legação do Vaticano, extinto ficava o ilustre acrobata, o grande Ministro plenipotenciário, licenciado e doutor da moagem — Augusto de Castro».

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Estes dois Ministros que estão lá fora, se soubessem do que por cá se diz fugiam, e não me parece que seja bom eles continuarem lá quando merecem tam pouca confiança aos governantes.

Mal conheço de vista o Sr. Norton de Matos.

Mas o que se não deve é continuar neste sistema .de malsinar toda a gente, dizendo-se isto, aquilo ó aqueloutro, que a opinião aceita como bom.

Esse homem, a autoridade que ele podia ter junto do Governo Inglês já lha tiraram toda.

Sr. Presidente: não discuto a consíitu-cionalidade ou inconstitucionalidade da solução da crise. Tomara . eu saber de mini, quanto mais dessas pequenas cousas.

Mas emfim, o que lamento é que nesta

hora, cue é tam grave, não se tivesse organizado um Governo fora de todos os partidos, com um carácter absolutamente nacional, para ver se se fazia face à crise em que hoje se debate a sociedade portuguesa.

Vou dar agora um conselho aos republicanos e ao Partido Democrático, porque se continuam por esse caminho de dissidências e divisões dentro em pouco deu--Ihes um ar.

Sr. Presidente: há um facto que é para lamentar: é que para pouco sirvam as lições de História.

Estão-se dando agora na Eepública factos muito parecidos com os que produziram a liquidação do regime passado.

A monarquia em Portugal, Sr. Presidente, era um regime que estava no espírito da nação. Custou-nos grandes sacrifícios. Mas inquestionavelmente conseguimos uma certa tranquilidade, um bem-es-tar que nós hoje lembramos muito saudosamente.

O que veio minar este edifício tantas vezes secular e muitas vezes glorioso foi que nos últimos tempos, talvez por ter havido uma época larga de paz, se produziram ambições muito impertinentes e essas ambições muito impertinentes vieram trazer a divisão e a desordem entro os Partidos. Dois homens sustentavam o espírito de divisão, cada um deles dentro da . sua orientação e da sua maneira de agir.

j E espantoso, mas é verdade! Nesta hora os mesmos dois homens — estou convencido que sem querer, porque eles não profundam estas cousas — representam na República o mesmo papel devastador que representavam inconscientemente os dois monárquicos a que aludo.

Esses dois homens, a quem está talvez destinado o papel de aniquilar a República, certamente não têm o alcance daquilo a que os podem levar os seus destemperados processos.

Um conselho de um adversário: tenham juízo!

Tenho dito.

O orador não reviu.