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Dlâri® ãaê $@$tõ&s do Senado

ganizados que o actual Ministro terá dificuldades em manter a ordem- em Lisboa.

Na pasta da Justiça, o Sr. Gaíanlio de Meneses vem encontrar dois bicos de obra: a questão do inquilinato, que S. Ex.a ss seguir as bases do Sr. Domingues dos Santos terá sérios embaraços, porque nada é possível fazer-se sem a união das duas classes, Q não, favorecendo uma em detrimento doutra, levado por preocupações de ordem política.

Depois desta questão, a outra relativa 'à Lei de Separação, que foi como que uma partida diabólica do seu antecessor, que parecia que tinha advinhado que ia para aquelas cadeiras o Sr. Catanho de Meneses.

Fala-se em esquerdas e direitas.

Se a esquerda é o reconhecimento que todos devemos ter de dar às classes trabalhadoras tode o bem-estar possível, é princípio que eu tenho, e na minhr. casa não há ninguém que procure apagar mais esta divisão social do que eiu

Mesmo nesse tempo da nabreza histórica, essa nobreza começava por um homem obscuro que praticava um feito extraordinário que O levantava acima, do nível dos seus concidadãos.

E isto não são novidades.

Ora se a esquerda que eu vejo nos países latinos é a desordem, eu sou comple-tamente contrário às esquerdas.

Agora, quando se diz a hora das esquerdas, diz-se, melhor talvez, é a hora da desordem que está atravessando o mundo.

Não é só aqui, é por todo o mundo, e dizendo que estamos agora aã hora das esquerdas, o que é preciso é pedir que venha a hora da ordem.

Pela pasta das Finanças, acontece urna cousa curiosa com este Governo, é que o Sr. Álvaro de Castro — e eu faço justiça à sua sinceridade como faço a toda a gente — quando procurava resolver uma situação, sucedia-lhe sempre o contrário, dificultava-a sempr-e.

S. Èx.-a quis ver se modificava a divisa

Começou, insistiu, tornou a insistir, mas tendo entrado para Ministro com a libra a 1200, deixou-a a 160$, subindo extraordinariamente.

S. Ex.a imaginou que havia de equilibrar o Orçamento,

Publicou medidas de tal maneira extraordinárias, que em vez de alcançar o equilíbrio orçamental, em vez de fazer a tal modificação cambial desejada, não tem íeito senão aterrar os capitais .que ainda existiam na nossa terra, obrigando-os a ura êxodo cada vez mais galopante e precipitado e nocivo para a economia nacional.

S. Ex.* sempre na preocupação de modificar u divisa cambial, pegou na pobre prtata, que ainda representava uma esperança de garantia para alguns portugue-. sés, e a pobre prata lá.vai por esses mares nunca dantes navegados,, naturalmente para nunca mais voltar a esta terra, que no tempo em que ela circulava era tam boa e tam feliz.

Investindo contra o empréstimo rácico, que eu aqui tam sinceramente combati — e todas as previsões quq eu aqui fiz tiveram uma trágica realidade— fez o que se sabe. -

Investindo com o fundo externo quer representava para a maior parte das pessoas, ainda aquele papel português que mais garantias dava às suas ecoYiomias, S. Ex.a, coni tudo isto não fez senão criar uma situação difícil aos seus sucessores, abalou o crédito, do Estado, e não há Estado que possa viver sem crédito, não há nada mais prejudicial para a sua vida financeira que o Estado não inspirar aquela confiança que 'é necessário que inspire a nacionais e estrangeiros, e ela não pode ser ganha senão por uma administração muito hábil e honrada, sincera de maneira a que essa confiança seja merecida. - Se o Sr. Ministro das Finanças está disposto a seguir pelo mesmo caminho do Sr. Álvaro de Castro, está liquidado, e liquidado com ele o seu Ministério.

E de mais estou mesmo convencido que o próprio bloco que ajudou a enterrar o Ministério do Sr. Álvaro de Castro, é o que vai proceder brevemente ao enterro do Ministério de V., Ex.a, porque vejo uma carta que o Sr. Álvaro de Castro dirigiu ao Sr. Presidente da República, e que- atirava a queda do seu Governo à iná impressão que causaram as suas medidas financeiras.

,?Que mais é preciso?