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Diário das Sessões do Senado

O Sr: Querubim Guimarães: — Quando entrava nesta saláj ouvi ao Sr. Oriol Pena palavras um pouco ásperas, mas essas palavras não tiveram para mica outra significação que não fosse um comentário a actos públicos e políticos dos Srs. Alberto Xavier e Álvaro de Castro.

De modo nenhum essas palavras vão ofender as pesssoas de uni ou outro.

Se eu entendesse que isso agravava ou ofendia algum desses dois cavalheiros, tor-me-ia aproximado do Sr. Oriol Pena e ter-lhe-ia dito que não devia proceder assim.

Eu dou a minha palavra de honra que foi está a significação que dei a tais palavras.

É preciso que as cousas se ponham no sou devido péi

Burlão, ouvi dizer; gatuno, não, mas mesmo o que ouvi, foi na acepção a que me refiro.

Podem os Srs. Senadores dizer que o Sr. Oriol Pena se excedeuj que é um homem de nervos, concordo. Mas, de resto, com todo este aspecto de fera, S. Ex.a é unia pessoa bondosa dê coração e que nunca teve a intenção de ferir ninguém. Toda a gente o conhece como um homem de bem e Como um homem honesto, sendo incapaz duma incorrecção.

Querer, pois, alguém qilé. as palavras de S. Ex.a tenham um significado de1 embolsar ou meter no bolso dinheiro que pertencia a outros, isso é que não.

Não há ninguém que ptíssa fazer uma tal observação i Parece-me que ò incidente assim sé resolve.

Vozes:—Não apoiado, não apoiado.

O Orador:—Isto a não ser que se queira dar à' questão um aspecto que desde o Início ela não teve. Fica isso à consciência dos Si s. Senadores que assim o entendam. •Tenho dito. O orador não reviu.

C) Sr. Mendes dos Reis (para explicações):— Sr. Presiderite: o caso é bem simples.

Todos nós sabemos que, criticando actos dos Ministros, muitas vezes se fala em burlas. Todavia, D que sucede agora com o Sr. Oriol Pena ó muito diferente.

O Sr. Oriol Pena, criticando actos praticados pelo Sr. Álvaro de Castro, disse duma maveira violenta —o que de resto ostá nos processos de S-. Ex.ae que a Câmara já não estranha—- o seguinte :

Os Srs. Álvaro de Castro e Alberto Xavier são burlões e gatunos.

E um caso muito diferente. E uma ofensa pessoal e directa.

Se as explicações dadas pelo Sr. Querubim Guimarães fossem dadas pelo Sr. Oriol Pena, eu considerava-me s.atisféito.

Se o Sr. Oriol Pena dissesse que não queria de maneira nenhuma atingir a honorabilidade pessoal dos Srs. Álvaro de Castro e Alberto Xavier, estava bem.

Mas S. Ex.a não disse nada disso e portanto os dois insultos subsistem; E em-quanto S; Ex.a o não disserj o assunto não estará liquidado.

O Sr. Oriol Pena:—Ninguém encara com mais tranquilidade, ninguém encara com mais boa vontade^ a situação inglória e áspera que o Sr; Mendes dós Eeis se lembrou de adoptar.

Compreende-se perfeitamente.

Suponho que não, é a sua afeição política.

O Sr: Mendes dos- Réis:—Afeição política e afeição pessoais Se eu amanhã ouvisse chamar gatuno a V. Ex.aj lavraria igualmente o meu protesto.

O Orador (continuando): — Se eu fizer qualquer acto que possa justificar o epíteto, íaz Vi Ex.a muito mal, e eu não lhe agradecerei.

Eu lamento que V.' Ex.a não compreenda português, que eu suponho ainda pronunciar correctamente.

Eu tinha dito que me lembrava de íer pronunciado algumas palavras Ou expressões um pouco ásperas, algumas das quais não me lembram porque foram ditas entre o tumulto da Câmara e na exaltação do momento, como gentilmente veio afirmar à Câmara o meu distinto colega Sr. Querubim Guimarães.