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Sessão de ô de Agosto de 1924

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senão desta forma; se os comprasse todos a contado ia certamente produzir um grande abalo, e isso não estava nem podia estar nos princípios da Caixa.

A administração da Caixa tratou de assegurar-se e comprou .a contado quantos pôde; a certa altura já não podia ocorrer às necessidades e comprou a prazo, sendo o câmbio feito no acto da entrega.

Esta quantia foi escriturada na respectiva secção de cambiais, pois como V. Ex.as sabem há uma conta corrente entre cada um dos serviços e a Caixa. Sendo assim; V. Ex.as que conhecem a escrita, ó fácil de ver se há efectivamente diferença no preço que está na escrituração geral da Caixa e o que está na escrita de operações cambiais.

Se V. Ex.as virem com atenção verificarão, que dá todo o mesmo, porque no fim do ano económico os lucros que resultam com as operações cambiais são juntos a outros...

O Sr. Ribeiro de Melo (aparte)'. — E distribuídos pelos Aparícios e por todos os empregados da Caixa.

O Orador: — Devo dizer a V. Ex.as que se o Estado tivesse alguns Aparícios outra seria a sua administração. Devo dizer a V. Ex.ap que este funcionário foi contratado para este serviço porque a Caixa não tinha pessoal habilitado para isso; teve a.dita de encontrar um dos ho. mens mais distintos para esse fim, conhecedor da praça e conhecido em todos os meios bancários; além disso, um homem honesto e um verdadeiro republicano. j

Portanto, Sr. Presidente, solidarizo-me em absoluto com todas as responsabilida-des que possam ser emergentes deste acto, pelo qual me glorio, porque é um acto bom de administração, e não tenho de me

pôr em discrepância com aquilo que rea íizou um estabelecimento do Estado e o que seja os interesses do Estado, porque essa Caixa ó uma emanação, e toda a 'vantagem que possa advir para esse estabelecimento pode dizer-se que é para o Estado, pois o Estado recebe 80 por cen-( to dos seus lucros, e os restantes 20 por cento fazem parte do fundo da Caixa Geral de Depósitos. Vejam V. Ex.as se isto não é interessante.

Sei que se forma uma onda de despeito e de má vontade contra a Caixa Geral de Depósitos, mas de repente verifica-se este facto que é absolutamente honroso não só para o regime como para a administração portuguesa:

A Caixa Geral de Depósitos começou a ser um estabelecimento de crédito como devia ser, administrada com o espírito prático, com ponderado espírito mercantilista.

Ali fazem-se negócios como convém aos interesses do Estado.

A Caixa foi acusada de fazer especulações com o fim de obter lucros, mas não ó assim.

Nas suas operações tem tido sempre em vista as possibilidades do comércio e da indústria e das pessoas que recorrem ao seu financiamento.

Não estou a fazer a apologia da Caixa, estou a dizer a verdade somente.

O orador não reviu.

O Sr. Ribeiro de Melo (em aparte): — Com a diferença de que a secção de câmbios foi tirada da ,Caixa Geral de Depósitos pelo Sr. Dr. Álvaro de Castro.

O Sr. Presidente : — A próxima sessão é amanhã, à hora regimental, com a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 19 horas e 80 minutos.