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Sessão de õ de Agosto de 1924

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Esta, Sr. Presidente,,é aquela passagem em que / se disse que ^haveria qualquer cousa de importante. É uma repartição que parece querer fazer acreditar que os parlamentares não têm o direito de fiscalizar os dinheiros públicos.

No emtantoteu entendo que esse direito lhes assiste e é uma das minhas maiores preocupações fiscalizar, defender, tanto quanto possível, a útil aplicação dos dinheiros públicos.

Os Sr s. Senadores vão» onde entendem e olham. Só nos aconselham a olhar. Mandam-nos percorrer todo o país, esquecendo-se de nos dar as passagens para onde não haja caminhos de ferro e as ajudas de custo suficientes para podermos custear as despesas de hotel em quanto se realiza a visita, além de influir para que não sejam contadas as faltas às sessões do Senado.

Para obter outros documentos, por intermédio de outra Direcção Ger^l, fui à origem, fora de Lisboa. Gastei dinheiro na minha deslocação e, quando cheguei cá, soube que alguma cousa me seria descontado no meu subsídio pelas minhas faltas às sessões do Senado.

Visto que se aconselhava a que se fosse às escolas verificar, fui àquela que em melhores condições eu podia visitar, aquela onde, por obrigação, tenho de ir quási todos os dias, a escola onde sou funcionário, o Instituto Superior de Agronomia.

Se pusesse em prática o conselho que me dá a repartição respectiva, eu teria de ser a levado à conclusão de que naquele estabelecimento se praticavam as maiores irregularidades, Não o posso porém fazer porque sei que, se ali há uma administração perdulária, se ali há outros de-. feitos, não há entretanto uma administração desonesta como se pode concluir da indicação desse documento, como vou demonstrar. Na relação que me foi dada, entre outras cousas, diz-se:

Leu.

Foram dados 25.000$ para aquecimento, iluminação e força, e eu fui olhar para todos -os cantos a ver onde descobia um fogão. Confesso que não descobri tal. Existe lá efectivamente a iluminação necessária, mas isso existe desde que se construiu o edifício. O aquecimento é que não pode haver a pretensão de o executar com a verba de 25.000$.

• A respeito da iluminação procurei também pelo teto e pelas paredes alguns candeeiros que pudessem iluminar. Devo dizer que descobri, quando muito, uns modestos seis candieiros de petróleo para iluminar os estudantes, quando pelo seu amor pelo estudo de noite vão frequentar a biblioteca. Por consequência, em iluminação e aquecimento não verifiquei a despesa duma quantia importante porque suponho que aqueles candeeiros já existiam mesmo antes de ser fornecida esta verba àquele estabelecimento.

Força motriz também não vi qualquer cousa em que se tenham gasto .25 contos ou qualquer cousa parecida porque não vi nada. Aqui nesta relação que diz: dotação 25 contos, diz ao mesmo tempo requisitados 25 contos; quere dizer é uma verba que não só foi dada como foi levantada. Já aqui V. Ex.a vê que se eu deixasse esta interrogação em 'meio viria logo a suspeita:

£ O que é feito dos 25 contos?

V. Ex.a deve ter a certeza que foram aplicados e convenientemente, mas o que deve ter a certeza é que esta informação está errada.

<_0 p='p' sei.='sei.' erro='erro' ou='ou' é='é' não='não' propositado='propositado'>

Há uma outra verba, «animais de tracção». Vejo aqui doze contos.

Esta verba de animais de tracção, e avaliei eufemismo, fui indagar quais eram estes animais de tracção!

Estes animais de tracção' eram uma bonita parelha de cavalos, comprados em tempo já de miséria, para serem atrelados à carruagem do director deste estabelecimento, mas, algum tempo depois, não muito, empregava-se também essa parelha de cavalos a distribuir leite pela porta dos fregueses.