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Sessão de 18 de Agosto de 1924

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uma optimamente, porque foi deitada exactamente na Travessa de Santa Justa, quê fica, por assim dizer, debaixo das janelas da minha casa, na Costa do Castelo.

Fui acordado às 6 e um quarto pelo estoiro dessa bomba, posta à porta duma barbearia.

Eu estou farto de dizer, e o Sr. Ministro da Justiça, Dr. Catanho de Meneses, sabe-o bem, que estes atentados de bombas e bombistas não podem ser tratados com paliativos, é preciso ir ao fundo dessas alfurjas, com ânimo e valor, arrancar esses criminosos de lá para fora e justiçá-los como eles devem ser justiçados.

O Sr. Ribeiro de Melo (interrompendo] : — Publicando leis como a de 13 de Fevereiro. . .

O Orador: — No momento em que uma sociedade está sendo atacada por uma série de bandidos, que põe a segurança e a vida dos cidadãos ao sabor do seu capricho, é preciso que apareçam medidas perfeitamente excepcionais, e V. Ex.a, Sr. Eibeiro de Melo, não brinque, porque o caso não é para brincar.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Eu não brinco, Sr. D. Tomás, apenas me lembro que V. Ex.a talvez tivesse votado a lei de 13 de Fevereiro.

O Orador: — Concordo em género, número e pessoa com a lei de 13 de Fevereiro.

£ Imagina V. Ex.a que eu digo agora uma cousa e faço outra depois?

Não. A minha vida tem sido, tanto quanto é possível, de uma harmonia absoluta entre as minhas doutrinas e as acções que pratico.

Eu votei a lei de 13 de Fevereiro e ainda estou a defender hoje a lei de 13 de Fevereiro.

O Sr. Ribeiro de Melo:—Assim é que deviam ser todos os monárquicos, terem todos essa coragem. '

O Orador: — O que é necessário é ata» car este problema de frente.

Aqui há tempos deram-se scenas desagradáveis com a polícia. Foram prometidas providências. Mas, até hoje, nada

feito, e a sociedade portuguesa, que na sua generalidade é formada por gente bem intencionada, de bom carácter, que não gosta de barulhos, não pode estar à mercê, não pode ser incomodada por meia dúzia de miseráveis que nada têm que perder.

Tratou-se aqui também de outra cousa: dos touros de morte.

Eu também estou de acordo com o Sr. Pereira Osório.

Eu assisti uma vez a uma tourada em Espanha.

E uma cousa que enoja. As tripas do cavalo pelo chão, o touro, que não morre ao primeiro golpe, morre a pouco e pouco, e espalha-se pelo ar um cheiro a bosta de boi e a tripas de cavalo, que é tudo quanto há de mais anti-estótico e mais desagradável.

O nosso toureio é inquestionavelmente alguma cousa de arte; um bonito cavalo, bem manejado, com um homem que sabe lidar diante do touro, é alguma cousa de artístico e estético.

Isto que está nos nossos costumes, está bem; agora ir sujar as nossas touradas, não será com o meu voto, há-de ter sempre o meu protesto.

Temos ainda o dia dos bombeiros.

Eu associo-me ao voto de consagração a esses beneméritos que expõem a sua vida, muitas vezes mal remunerados, por altruísmo, prestando altos serviços à sociedade.

Esse benemérito Guilherme Gomes Fernandes, que eu tive o prazer de conhecer, era um verdadeiro herói, uma destas figuras que ennobrecem a sociedade.

Também me associo ao voto de sentimento proposto pelo Sr. Afonso de Lemos pela morte do Sr. Dr. Zeferino Falcão, com quem eu tive também relações pessoais.

Tenho dito.

O orador não reviu.