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Diário das Sessões do Senado

Afonso de Lemos, pela morte do Sr. Br. Zeferino Falcão, figura prestigiosa, respeitável sobre todos os pontos de vista. . Associo-ine também ao ,voto de coagra-' tulação pelo dia do bombeiro.

Esses homens são dignos da nossa mais profunda admiração, pois são eles que sempre, com todos os riscos, vão salvar a vida do próximo.

Já que estou no uso da palavra, peço a V. Ex.a licença para lamentar que tendo eu já há bastante tempo pedido documentos que me habilitem a tratar dum as--Bunto importantíssimo, qual é o do fabrico do álcool nas ilhas da província de S. -Tomo e Principe, êâses documentos até hoje ainda não chegassem a esta Cêmara. ' Não se trata dum assunto que interesse -á meia dúzia de criaturas, não se trata dum caso de curiosidade da aainha parte

Trata-se d|um caso que nos interessa internacionalmente, trata-se dam caso ^nuito interessante qual é o de estarmos autorizando o envenenamento de milhares de serviçais doutras,colónias e de nativos daquela província. E um caso que já tem sido tocado em conferências internacionais,-é que pode servir para sermos atacados lá fora, e com justificada razão, •porque não se admite que em S. Tomé e Príncipe os nativos e serviçais bebessem durante o ano findo 800:000 litros de aguardente!

Não podemos, consentir de forjna nenhuma que a amamentação das crianças daquela Colónia continue a ser feita de mistura com goles de aguardente de cana!

Sr. Presidente: nós precisamos provar ao estrangeiro que não somos criaturas tam selvagens como os próprios selvagens dos sertões africanos!

Na nossa colónia de Angola foi proibido o fabrico de aguardente; é necessário adoptar-se para S." Tomo e Príncipe a mesma proibição, porque daí resultam prejuízos gravíssimos para todos aos e ainda o manifesto definhamento da raça negra.

•Uma das razões alegadas pelos altos comissários da Moçambique e Angola de não fornecerem serviçais para S. Tomé é precisamente porque mandando para lá criaturas cheias de saúde saem de lá ei-

vadas de todos os vícios e arrumadas pela acção contínua do álcool.

Sr. Presidente: lamento que o Sr. Ministro das Colónias, que tem conhcimento destes factos como eu, até hoje não tenha 'providenciado de forma a terminar duma vez para sempre tam lamentável- crime, • que nos desacredita e nos coloca perante o estrangeiro em bem triste condição.

Sr. Presidente: peço a V. Ex.a o favor de instar mais uma vez junto de S. Ex.a o Sr. Ministro das Colónias para que esses documentos venham à Câmara. Não de certo para esse caso ser tratado nesta le-gislatnra, mas nas primeiras sessões da seguinte.

Eu tenho obrigação moral de tratar • desse assunto, porque cumpre-me dar uma satisfação àqueles que lá tam justifí-cadamente reclamam contra tamanha monstruosidade, e ainda porque se trata dum caso de leaa-humanidade, tam incompatível com as nossas gloriosas tradições.

Já que estou no uso da palavra, permita-me V. Ex.a que me refiru à lamentável, situação em que se encontram os funcionários dessa mesma colónia de S. Tomé e Príncipe.

Há dias disse aqui que os funcionários que vêm das colónias tratar da sua saúde estão em precárias circunstâncias, que já não têm que empenhar, a alguns até talvez falte empenhar a própria honra; pois, se aos funcionários ultramarinos que se encontram na metrópole assim sucede, os funcionários de S. Tomé e Principe, ali em. serviço, lutam com enormes dificuldades, porque não ganham o suficiente para poderem viver.

É tempo de olhar para a situação desses servidores do Estado porque naquela' colónia tam mortífera, onde não há um conforto, nem a menor distracção, onde tcdo falta, desde o conforto da família, que ali se não pode ter, até à habitação, esses desgraçados não têm já. com que mitigar á fome! • '