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Diário da* Sessões do Scnade

O Sr. Presidente:—Em vista da manifestação da Câmara, considero aprovados por unanimidade os votos propostos pelos Srs. Afonso de Lemos e Pereira Osório.

O Sr. Oriol Pena: — Sr. Presidente: em meu nome pessoal associo-me ao voto de sentimento proposto pelo falecimento de uma irmã do Sr. Fernandes de Almeida, secretário do Senado e nosso prezado e .estimável colega.

Protesto também, como fez o Sr. Pereira Osório, contra o atentado ontem praticado por um díscolo qualquer contra polícias, a quem foram arremessadas ninas bombas no Bairro Andrade.

Protesto também —

Vi com espanto que todo o quarteirão entre a Rua Augusta e a dos Correeiros estava absolutamente vedado ao público, curiosamente aglomerado em massa nas bocas desse quarteirão. Ignoro se os estragos produzidos pela explosão e pelos destroços da bomba conseguiram causar risco de derruir alguma cousa a ponto de se não deixar transitar por ali.

Sr. Presidente^: j continua a ária das bombas, contra a qual. nós aqui temos protestado e sempre ineficazmente! j Quem está no Poder e tem dele a responsabilidade não se resolve a agir eficaz e prontamente !

Isto é um protesto platónico, visto estarmos fartos de fazer protestos. Seria necessário apanharem-se com a boca na botija os bombistas, espatifá-los e liquidá-los sem outra forma de processo.

E necessário proceder com maior rigor e energia, e dar às autoridades policiais os meios necessários para poderem reprimir estes atentados, dia a dia mais repetidos.

Por agora não faço mais considerações.

O Sr. Ribeiro de Melo: — Sr. Presidente : chamo a atenção do Senado para uma entrevista publicada no Diário de Noticias, referente à questão da pesca. E dos casos mais graves que ultimamente têm aparecido no tablado da imprensa.

Sr. Presidente: unia tal entrevista, pu-

blicada num órgão de tam grande publicidade como é o Diário de Noticias, dá--nos a impressão d.e que uma questão grave está sendo,tratada no que diz respeito à pesca. E autor dessa entrevista um antigo deputado às Cortes espanholas, um amigo íntimo, segundo se diz, do rei da nação espanhola.

Para o assunto chamo a atenção de V. Ex.a, Sr. Presidente.

Republicano velho e patriota como poucos, eu confio no Sr. Ministro do Trabalho para que leve ao seu colega dos Estrangeiros o protesto que eu faço contra as palavras que constam duma entrevista, publicada no Diário de Notícias, intitulada «A questão da pesca».

Essa entrevista decerto que foi lida pelo. Sr. Ministro dos Estrangeiros, que vejo agora presente.

O Sr. D. Io sé Tejero, membro dos mais categorizados da missão espanhola, entrevistado por um repórter do Diário de Noticias^ esqueceu os mais comezinhos direitos de hospitalidade e não hesitou em nos ofender.

Esse senhor desmente afirmações feitas na Câmara dos Deputados pelo,Sr. Ministro dos Estrangeiros e até pelo Sr. Ministro da Marinha, as quais foram feitas também no Senado, em virtude de uma pregunta do Sr. Aragão e Brito.

O Sr. Ministro dos Estrangeiros aquietou a Câmara, dizendo que estavam acautelados os direitos do Estado português.

A propósito, direi que este inter-câmbio intelectual que se tem ultimamente manifestado entre as duas nações põe-nos a nós de sobreaviso, porque temos ainda patente no nosso coração a história de Portugal, que nos obriga a ser ponderados.

Nós vimos nessa entrevista o desmentido mais formal às palavras aqui proferidas pelo Sr. Ministro dos Estrangeiros.'

Escuso de cansar a atenção da Cama rã. Desde tempos remotos que uma das principais questões com a Espanha ó a da pesca.

Todos os tratados comerciais que se têm querido realizar têm tido sempre como óbice a questão da pesca.