O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

6

Diário deu Sessões do Senado-

auxílio, para me orientar sob o que havia a fazer e sob o procedimento que estava em via de ser adoptado.

Repito, fui a essa conferência, principalmente com o fito de me desligar, e completamente pôr de parte qualquer co-laljoração, afirmando a essas pessoas que não podia colaborar com elas.

Efectivamente estava em contacto com algumas pessoas dirigentes desse movimento e fiz-lhes ver—é a primeira vez que faço esta declaração — que a segurança do seu resultado era mínima, e que por muito que insistissem comigo, eu desde aquele momento lhes afirmava que não tomaria parte nesse movimento.

O Sr. Afonso de Lemos: — ^E S. Ex.a fez essa declaração em nome do seu partido?

O Orador : — Fiz esta declaração em meu nome pessoal.

Só depois fui chamado perante alguns membros do Directório para eles me pre-guntarem o que havia de verdade na colaboração que se dizia eu ter prometido . ceder, com a minha presença e com a minha acç£.o.

Declarei às pessoas do Directório que me interpelavam exactamente o mesmo que acabo de dizer.

Disse-lhes que tinha de facto sido solicitado para colaborar nesse movimento; que tendo instado muito comigo, eu afinal me dirigi a essa reunião para me desligar do assunto, principalmente depois de ver quais os fins que tinham em vista, e os meios que queriam pôr em prática, que eram muito honestos e defendidos por pessoas de bem.

O facto, porém, é que as pessoas que eu considerava de bem foram-se, pouco a pouco, desligando dessa colaboração e por fim ficaram alguns confiantes no bom resultado, como o manifestaram numa sessão preparatória,

Mas a verdade ó que eles não pensavam nas gravíssimas consequências desse movimento.

Não atiremos com a ignomínia para cima deles, visto que o seu propósito de fazerem uma política, que julgavam a melhor, nunca os fez supor que tivessem originado o que de lamentável se pás-? sou.

Mais uma vez afirmo que o Directório do Partido Republicano Português ameaçara os seus correligionários de irradiação no caso de naquel e movimento terem: colaborado, porque o Partido repudiava completamente toda e qualquer participação nesse movimento.

Tenho um pouco de autoridade para, isto dizer.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas :—As afirmações do Sr. Ramos de Miranda não-desfizeram o que eu disse.

Não afirmei que o directório do partido» democrático de qualquer maneira repudiara esse movimento; o que disse foi que a grande maioria das pessoas que entraram no 19 de Outubro pertenciam ao partido democrático.

Esta afirmação não foi desfeita.

O Sr. Ramos de Miranda disse que o-respectivo directório ameaçou os seus correligionários de irradiá-los do partido.

Não contesto; porém, o que duvido é de que alguém tivesse sido irradiado, pois que o Ministro do Comércio do Ministério do Sr. Manuel Maria Coelho fo£ o 'Sr. Pires de Carvalho ?e ele pertence ao directório.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro do Trabalho (Xavier da Silva):-—Sr. Presidente: também li, e direi, com surpresa, a notícia que vinha no-jornal a que o Sr. Júlio Ribeiro acaba de referir-se.

Todo o Ministério teve conhecimento dessa notícia, e devo dizê-lo também, com surpresa idêntica.

Suponho que isso não passa de um mero boato, talvez mesmo de uma informação má que tivessem levado a esse jornal.

O que posso dizer a S. Éx.a é que eu, Ministro do Trabalho, não sou o conspirador. Nem antes de ser Ministro, nem. depois, conspirei.