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Diário 'da» Sessões do Senado

Sei que na Torre Eiffel se gastaram, o ano passado, em pinturas, 30 toneladas de tinia.

Imagine-se quanta tinta se gastaria para pintar esta ponte.

.Se nós construíssemos esãa ponte, teríamos arranjado a oitava maravilha 'do inundo, porque a maior ponte que eu conheço tem 3:200 metros e esta teria 4:500.

É certo que há também um projecto, género Montijo, de ligação da França com a Inglaterra de que, se me nSo engano, o autor é o Sr. Hersent.

A ponte que se indica nesse projecto tem 33:õGO metros e levará 755:000 toneladas de i?erro.

Se fôr uma ponte de cimento armado, a despesa será de 50 por cento menos. Não sei se Portugal terá dinheiro para pagar an-a -ponte dessas, 011 se haverá aqui uoia empresa que se abalance a uma tal constracão.

Acho. por isso, um pouco fantasioso esse projecto, - o que não quere dizer que não deixe de se fazer uma ponte enrre a margem direita e a margem esquerda do Tejo para obter cm. meio de ligar as duas margens e satisfazer às necessidades do comércio e ao desenvolvimento do País, mas sem as exigências do "projecto em discussão.

Os vários argumentos que são apresentados em defesa do projecto, com a característica de considerandos, são fracos.

Estar a votar uma cousa que constitui apenas uma aspiração, não vale a pena.

O orador não reviu.

O Sr. Eaxos da Costa: —Como autor do projecto, tenho a dizer em primeiro lugar quais as razões que me levaram a apresentá-lo à consideração do Parlamento.

É reconhecida de há muito a necessidade de ligar as duas margens do Tejo, devido aos transtornos de passageiros e mercadorias de um a outro ponto, causando grandes prejuízos e despesas, e dificultando o comércio, indústria e agricultura.

As mercadorias têm de ser carregadas

em íaluíis na outra margem, ser transportadas; para Lisboa e aqui têm de ser novamente descarregadas. Ora isto causa despesas, incómodos, transtornos, e o que é mais importante, a perda de tempo.

Foi isto que me levou a apresentar um projecto para a ligação das duas margens por meio de uma ponte, projecto que não é novidade, porque ele foi baseado nos estudos de Miguel Pais, que foi um dedicado patriota e que trabalhou imenso para levantar o País à altura que ele desejava.

A razão por que escolhi os dois pontos que vêm no projecto ó porque realmente a montante do Terreiro, do Paço não há outro posto mais próximo da margem direita do que a ponte de Montijo.

Ora escolhendo esses dois pontos não só escolhi os_ de menor distância mas "ainda ura terreno mais favorável e que se presta mais à construção dos pilares.

Além disso os pilares construídos nesses projectados pontos não impedem a navegação do rio emquanto que se esse ponto fôr escolhido a jusante do Terreiro do Paço, na parte mais estreita do rio que é entre Cacilhas e Trafaria de um lado, e o Terreiro do Paço e Santos do ontrOj pode trazer dificuldades à navegação.

O Sr. Afonso de Lemos (interrompendo) : —

O Sr. Alvares Cabral í—2:000 metros.

O Sr. Afonso de Lemos: — A ponte a que há pouco me referi tinha 1:825 metros.

Irocam-se explicações entre o orador, o Sr. Carlos Costa e Herculano Galhardo.

Disse o Sr. Afonso de Lemos que os meus considerandos eram um ataque ao outro.

Não tem nada com o outro*

Quis justificar o local que escolhi;

Á defesa do porto ficava prejudicada se a construção ida ponte fosse feita a jusante do Terreiro do Paço, é o que concluem os trabalhos da antiga comissão de defesa de Lisboa e do estado-maior.