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Sessão de 26 de Novembro de 1924

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Quando foi do ultimatum esse movimento nacional não teve carácter republicano, teve um carácter puramente patriótico. Foi daí que nasceu a inspiração de Alfredo Keil que fez a Portuguesa, que sintetiza a alma nacional.

Passsava-se isto em 1890, e em 1891 foi o movimento revolucionário do Porto, e em 1910 foi a implantação da República. E toda essa geração de 1890, que ainda mesmo não se tinha manifestado como republicana, daí por diante passou a sê--lo, e eu era um desses.

Essa mesma geração- fundava em Lisboa um jornal com o nome de Pátria, que já tem tido várias publicações com esse mesmo nome, outro no Porto que se chamava Rebate, e em Coimbra fundava-se também um jornal, cujo nome não me recorda.

O que é facto é que são gerações académicas que em 1890 tomavam atitudes meramente patrióticas de revolta contra o ultimatum dá Inglaterra, e depois se tornaram já republicanos e revolucionários.'

E eu então presidente da Associação Académica recebi a intimação do então comissário ° da polícia, o Sr. Pedroso de Lima, da dissolução da Associação Académica, pelo facto do jornal se intitular republicano.

Isto mesmo, se passava em Coimbra e Porto, onde a academia ia tomando afeição republicana, pois julgou que não tinha melhor forma de ser patriota do que se declarar republicana, facilitando mais tarde a primeira tentativa da implantação da República que se dava no Porto um ano depois.

Foi essa mesma geração académica que continua na sociedade.

Era esta sequência de factos que eu

queria frisar.

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O Sr. José Pontes:—Quatro palavras apenas.

Bem fez o Sr. Afonso de Lemos em recordar factos passados com a academia °de que S. Ex.a fez parte, pois apraz re.-lembrar esse trabalho.

Não vou pormenorizar a saudade desses tempos, mas recordar que -aqui, nesta sala, se encontram alguns desses homens, como por exemplo o ^Sr. Augusto de Vasconcelos, que junto de outros constituiu o núcleo organizador desse movimento. E

lembro-me que, ainda muito garoto, quan • do frequentava as redacções dos jornais, ouvia falar do nosso querido Presidente, o Sr. Correia Barreto, e do colega Carlos Costa, que faziam parte do primeiro grupo revolucionário que apareceu.

E a esses homens que não devem ficar esquecidos, que eu presto a minha homenagem.

O Sr. Afonso de Lemos:—V. Ex.adá-ine licença?

Nem eu também os esqueci.

O projecto de lei foi aprovado na generalidade e especialidade.

O Sr. Vicente Ramos (para um requerimento) :—Requeiro dispensa para a última redacção.

Foi concedido.

Entra em discussão o projecto de lei n.° 748.

Ê o seguinte:

Projecto de lei n.° 748

Senhores Senadores. — A Associação 'João de Deus, antiga Associação-das Escolas Móveis e Jardins-Escolas João de' Deus, depois de ter prestado os mais patrióticos serviços com as suas multiplicadas e bem dirigidas escolas móveis, com as quais efectuou algumas centenas de benéficas missões, em anos sucessivos, em todo o país, procurou realizar um modelar ensino infantil, inspirado na admirável obra do autor da «Cartilha Maternal», criando, para isso, os Jardins-Escolas João de Deus.

Até hoje foram criados apenas cinco: s São os de Lisboa, de Coimbra, de Alcofa aça, da Figueira da Poz e das Alhadas.