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Sessão de 20 de Janeiro de 1925

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lhou as ideas do Partido Republicano Radical .

S. Ex.a pode fazer essa afirmação, como nós podemos fazer a afirmação de que o Partido Republicano Radical foi buscar todos os seus pontos de vista ao programa do Partido Republicano Português.

Apoiados.

O Sr. Procópio de Freitas:— j Eu falo sempre a linguagem da verdade!

O Orador:—

O Sr. Pereira Osório: — Agora cala-se!

O Sr. Procópio de Freitas: —

(j Não será verdade que um dos seus membros, quando do Governo do Sr. Rodrigues Gaspar, disse que era um Governo de papas de linhaça?

O Sr. Pereira Osório : — Com que V. Ex.a nada tem! Trate V. Ex.a de disciplinar o seu Partido, que nós não precisamos disso!

O Orador: — Se alguém me vier dizer que p Partido Republicano Português está dividido pelo facto de terem surgido várias divergências entre o Sr. José Domingues dos Santos e o Sr. António Maria da Silva, eu responder-lhe hei que está redondamente enganado.

Podo haver as divergências que houver •entre o Sr. José Domingues do» Santos •e o Sr. António Maria da Silva, que divergência não importa a mais pequena divisão no Partido Republicano Português.

Muitos apoiados.

Não estou aqui para fazer perder tempo a V. Ex.a, Sr. Presidente, aos Srs. Ministros e à Câmara com apreciações sobre a vida interna do Partido Republicano Português.

O Governo, Sr. Presidente, não é, para mim, um Governo democrático; é um

,Govêrno do bloco como o foi o do Sr. Álvaro de Castro, ao qual dei todo o meu apoio.

^Quere isto dizer que eu perfilhasse, que eu tomasse a responsabilidade de .todas as medidas promulgadas pelo Sr. Álvaro de Castro?

Evidentemente que não.

O que eu aprovava era um sistema de administração.

Seguiu-se o Governo do Sr. Rodrigues Gaspar, e • eu dei-lhe todo o meu apoio.

Nasceu, agora, outro Governo do bloco com ideas evidentemente muito mais firmes. .

Pode ele contar com a minha sincera colaboração e apoio.

Isto não significa, porém, Sr. Presidente, que eu perfilhe inteiramente o programa contido na declaração ministerial.'

Não posso perfilhar, por exemplo, as disposições da declaração ministerial relativas ao pagamento em ouro aos funcionários públicos e à estabilização cambial.

E não posso perfilhar inteiramente todo o programa financeiro na parte doutrinária.

Mas confio na inteligência do Sr. Presidente do Ministério e considero os seus projectos financeiros como fazendo parte de um sistema que eu não tenho o direito de ir prejudicar.

Se se trata de um sistema, não desço a pormenores e ofereço, portanto, inteira colaboração política e colaboração técnica ao Governo presidido pelo Sr. José Domingues dos Santos, não me obrigando por isso, ó claro, a não divergir de S. Ex.a quando S. Ex.a vier ao Senado discutir qualquer assunto que faça parte do seu programa.

Lembrou-me, a propósito, uma afirmação do Sr. Aragão e Brito que não posso deixar passar sem resposta.

Disse S. Ex.a que o Governo estava a colocar uma barreira entre o Parlamento e a opinião pública, isto por estas ou por outras palavras.

Quere dizer, estava ã descolar o Parlamento da opinião pública.