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Sessão de 20 de Janeiro de 1925

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Diga-se aos revolucionários quo, em vez do fazerem revoluções, tratem de trabalhar, qne é o que é mais preciso ao Taís.

Os i evolucionários sinceros não precisam do recompensas porque para esses a verdadeira recompensa está no triunfo do seu ideal.

Se um dia a- monarquia se restaurar e eu tiver alguma ingerência na política, não será com o meu voto que se criarão estas instituições de revolucionários civis ou militares.

Uma voz: — V. Ex.a está iludido.

O Orador: — Ninguém sabe quem ó que está iludido.

Muito antes do dia 5 de Outubro, a maior parte dos meus correlegiouários, homens de Estado, Deputados, Pares do .Reino, pessoas que mais ou menos tratavam da política, nem de longe acreditavam- que pudesse vir a existir em Portugal a instituição republicana; todavia, eu estava convencido de que ela viria e, quando afirmava quo se aproximava uma hora que podia ser muito sinistra pari o regime, chamavam-me visionário.

No emtanto, quem tinha razão era eu. Os factos muitas vezes surgem quando menos se esperam.

Ninguém sabe quem está ou quem não está iludido.

Os factos surgem muitas vezes quando menos se espera.

Há uma cousa, que são os imponderáveis da História, que é tudo aquilo que não nos lembra, mas que geralmente é determinado pelos factos sociais.

O Sr. Joaquim Crisóstomo: —

O Orador : — Nós não queremos monarquias-dessas.

A .monarquia, quando se restaurar, há--de ser unia monarquia para todos os portugueses.

Todo o português que for bom patriota lá terá o seu lugar.

É o que nós queremos e cspeiamos.

E, demais, eu couto como apoio de todos a V. Ex.:ls para esse dia.

JRisos.

O orador não reviu.

O Sr. Pereira Osório:—Sr. Presidente: ouvi com a máxima atenção as considerações feitas pelos ilustres Senadores Srs. Augusto de Vasconcelos e Roberto Baptista.

Respondendo ao Sr. Augusto de Vasconcelos, direi apenas que não se trata do factos que não se realizaram.

Não se realizaram completamente, mas houve um começo de realização, o que denota que esses militares levariam a sua obra até o fim se não ficassem inibidos de tal conseguir.

Haja em vista o caso do arsenal que eu citei e o que sucedeu no norte, em que> insurgindo-se contra a junta militar, manifestaram aquilo de que eram capazes, se -não fossem presos.

Pelo qne respeita às considerações produzidas pelo Sr. Roberto Baptista, S. Ex.a citou factos conhecidos de todos, °que a todos impressionam e que fazem com que todos estejam ao lado de S. Ex.a, mas o que é para lamentar ó que até hoje não fosse apresentado um projecto de lei por um militar que obviasse a essa falta, porque realmente se trata de um assunto que merece todo o nosso carinho e atenção.

E tanto mais era necessário esse projecto quanto ó certo que, tratando-se de lactos passados longe, que nós não conhecemos perfeitamente e em detalhe, só pessoa na situação do Sr. Roberto Baptista podia colher aqueles informes, aquela documentação que era precisa para se saber bem o que se passou na França, na África, e, emfim, em todas as nossas colónias, pois só assim o Senado podia ter perfeito conhecimento do assunto e dar sobre ele a sua opinião.

E portanto para lastimar que não fosse apresentado um projecto de lei especial, ao qual eu daria o meu voto, sem necessidade de o enxertar aqui.

O Sr. Constantino José^dos Santos: — Sr. Presidente: sendo a primeira vez que uso da palavra nesta sessão, dirijo a V. Ex.a e a todos os meus colegas as minhas saudações.