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Diário das Sessões do Senado

Discurso pp]*3Pido na sessão n.° 4, em 10 de Dezembro tíe 1924, e agora integralmente publicado

O Sr. Herculano Galhardo:—Quando o Sr. Catanho de Meneses, ilustre ieader do Partido Republicano Português, faiando em nome do seu partido saudou o -Sr. Presidente do Ministério e os seus ilustres colegas, fê-lo em nome de todos os Senadores deste lado da Câmara, e portanto, em meu norue também.

Não tento portanto que me desobrigar, o quo faria muito gostosamente, desse dever do praxo, mas peco licença à Câmara, isto sem melindre para os outros Srs. Ministros, para envolver numa saudação especial, numa saudação particularmente afectuosa três dos Srs. Ministros: o Sr. Ministro cL Guerra, meu colega na Escola Militar, o Sr. Ministro do Comércio, meu colega na arma, e o Sr. Sousa Júnior nossc antigo colega nesta Câmara que em todos nós deixou saudades (Apoiados}, verdadeiro representante no Govêr-,no das tradições do Senado, podendo por isso dizer-se que. S. Ex.a representa .ao Governo o Senado da República.

Folgo bastante em dizer a S. Ex.a que me sinto feliz por ver que regressos à actividade política de que esteve um pouco afastado com desgosto de todos nós Q cora prejuízo para a República.

Apoiados da esquerda.

Feita esta saudação .especial em aditamento à co Sr. Catanho de Meneses, e que faço minha evidentemente, eu davo dizer que lamento ter de entrar no debr.te político a propósito da Declaração Ministerial trazida a esta Câmara pelo Governo presidido pelo Sr. José Domiugues dos Santos, nias faço-o porque tenho para isso mais de uo motivo.

Em primeiro lugar porque rJLo julgo, de maneira nenhuma, banal nem falha de interesse pcra a Nação a passagem do Sr. José Domingues dos Santos e dos seus colegas pelas cadeiras do Poder.

Em segundo lugar, porque- quero pessoalmente fazer ver a S. Ex.a,- como o meu apoio, já anunciado pelo ilustre Ieader do meu partido, vai ser sincero, visto que, quaisquer que sejam as considerações que eu faça, S. Ex.a pode contar inteiramente com a minha colaboração, como parlamentar e como amigo.

Em terceiro lugar, porque quero dizer a S. Ex.a que, dando-lhe completo apoio para a realização da sua obra, oferecendo-lhe a minha colaboração no que for possível e prestável, eu tenho necessariamente de me descolar de alguns pontos de doutrina da Declaração Ministerial, sem que daí resulte enfraquecimento para aquela colaboração que eu tenho empenho em dar a 8. Ex.a

Ao entrar neste debate, eu oncontro-me -me peran:e dois documentos importantes: um a Declaração Ministerial, outro a moça:) de desconfiança apresentada pelo ilustre ieader do Partido Republicano Nacionalista, e cncontro-me um pouco dominado — devo dizô-lo com franqueza — por quatro dos discursos proferidos nesta Câmara, chamados de oposição ao Governo. E digo chamados de oposição ao Governo, porque eles não foram discursos de oposição ao Governo, mas principalmente discursos cie ataque ao Partido Republicano Português.

Apciados.

Foram os discursos do Sr. D. Tomás de Vilhona. do Sr. Afonso de Lemos, em nome do seu partido, o do Sr. Ara-gào e Brito e o do Sr. Procópio de Freitas.

Tenho que destacar estes quatro discursos porque não me compete a mim responder a outros discursos.

S. Ex.a o Sr. Presidente do Ministério o fará, e S. Ex.a não precisa coadjuvação quando trata de defender os seus pontos de vista.

Destaco esse? quatro discursos, porque tenciono aproveitá-los para desfazer um equivoco em que laboram muitos políticos portugueses e para afirmar os meus pontos de vista especiais, que podiam ser acentuados em qualquer ocasião, • mas- que melhor o podem ser neste momento. •'