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Sessão de 6 de Fevereiro de 1925

ainda ontem a União Operária votou umas moções em que se declarava que era necessário aumentar a disciplina revolucionária.

«iNão é isto proclamar a rebelião?

Dir-se há: a um Governo radical convém atacar as forças vivas.

Sim, convém atacar as forças vivas, reduzindo-lhes os lucros, evitando os abusos, evitando os crimes e procurando a origem de determinada chaga para lhe aplicar o cautério.

Mas a dissolução dessa sociedade não passa de uma fantasia, de uma quimera, não é mais de que uma afirmação de força política para os espíritos dos simplistas, que não compreendem que é com a dissolução dessa associação que se barateia a vida.

Se se fizesse um inquérito à Associação Comercial e só fôssemos a cada uma das pessoas que a constituem ver se haviam sido recrutadas no Limoeiro, se eram bolchevistas pagos pelo dinheiro russo para fomentar a desordem na sociedade portuguesa, não só eu concordava com este acto do Governo, como até os mandava prender, um a um.

Mas dissolver uma associação, que é composta de pessoas a quem todos estendemos a mão, sem nenhuma repugnância, não é um acto político, não ó um acto constitucional.

É um acto atrabiliário, que não concorrerá para unir a família portuguesa.

Pois esta maneira de captar as simpatias da rua, que não passa de uma areia movediça, não é boa.

O País não pode estar ao saboí de caprichos de Governos, que se põem à sombra da força que lhe advém das simpatias de meia dúzia de pessoas" sinceras, decerto, mas sem conhecimentos suficientes para serem imparciais.

Se o Governo tinha elementos com que pudesse dissolver a Associação Comercial, devia-os expor claramente no relatório.

Não é de hoje, diz-se, que essa associação vem provocando a rebelião.

Mas, se é assim, quando a respectiva associação infringisse qualquer preceito legal, nessa época é que lhe devia ter sido instaurado o processo, e não deixar •correr meses, para agora a virem dissolver.

Afigura-se-me que a luta vai ser tremenda, quer no campo .político, quer no campo financeiro, quando o melhor e o que mais conviria era unir a família portuguesa.

Se o Governo tivesse saído de uma revolução, era isto uma atitude compreensível; mas este Governo não saiu de uma revolução, nem mesmo de um golpe de justado.

A República não se fez para.meia dúzia, mas para o País.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas: — Sr. Presidente: por um contrato feito entre o Ministério da Guerra e o Ministério da Marinha foi cedida uma parte do castelo de S. João Baptista no Funchal para a instalação de um posto de telegrafia sem fios. do Ministério da Marinha.

O Sr. Pereira da Silva, quando Ministro desta pasta, aproveitou a passagem pelo porto do Funchal da divisão naval colonial para mandar o material destinado à instalação desse posto, e julgo que também o pessoal.

O pessoal, porém, ao chegar à cidade do Funchal reconheceu que o espaço destinado à instalação do posto de telegrafia sem fios era bastante pequeno, não só para a colocação das antenas como também para a acomodação do pessoal e mais material.

Dando no emtanto uma outra disposição às antenas conseguiu que elas fossem colocadas, mas continuou a subsistir a dificuldade no tocante à instalação do pessoal para o serviço e para a montagem do posto.

Parte desse pessoal tem estado alojado numa casa da «Quinta Vigia», que faz parte dos bens dos antigos sanatórios da Madeira, e que hoje são propriedade do Estado, os quais devem ser brevemente vendidos, segundo um anúncio publicado nos jornais.

Esse pessoal, como disse, estava na «Quinta Vigia», mas em vista dela ir ser vendida consta-me que retirou para Lisboa, visto que o Ministério da Marinha não tem verba necessária para fazer alojamentos no Funchal.