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Sessão de 4 de Março de 1925

ticos, o Governo assenta na. força que lhe promana ou advém do bloco.

Tivo o cuidado de ir. ao dicionário ver o que é um bloco: é um corpo sólido e consistente, que não se desagrega com facilidade.

^E que. consistência;tem este bloco?

É constituído por forças, por elementos do Partido Democrático, pelos alvaristas e pelos independentes.

Nunca pude compreender a situição do Sr. Álvaro de Castro dentro do bloco.

Ontem, o Sr. Álvaro de Castro pertencia ao Partido Democrático e como naturalmente não concordou com os processos políticos desse partido, afastou-se para formar um grupo aparte.

A breve trecho, nós vemos novamente o Sr. Álvaro de Castro unificado no bloco com o Partido Democrático.

Mas há um outro elemento desse bloco, os independentes.

Esse faliu positivamente,, desapareceu como elemento constituinte do bloco.

Um bloco desta natureza, formado por alvaristas, na sua maioria dissidentes do Partido Democrático, sem elementos independentes, porque os poucos de valor que havia, como o Sr. Fausto de Figueiredo, renunciaram, e outros como os Srs. Agatão Lança e Torres Garcia, filiaram--se no Partido Democrático, e ainda outros como o Sr. António da Fonseca, estão representando o país no estrangeiro, o que demonstra que os independentes não dispõem'de nenhuma força, tanto que não têm nenhum representante no Governo, com o que eu muito folgo, não pode ser considerado como bloco.

Ora se nós fizermos um confronto entre o actual Governo e o Governo presidido pelo Sr. Rodrigues Gaspar, vemos que há uma manifesta incoerência política por parte de grande número dos homens que hoje compõem este Governo.

O Sr. Rodrigues Gaspar que representa no Partido . Democrático a corrente das direitas..... . . : . ; - •

O Sr. Júlio Ribeiro (interrompendo):— No meu partido não há correntes, há um só programa.

O Orador:— Seja como for, o Sr. Rodrigues Gaspar organizou • um Governo conservador dentro do Partido Democrático e dele fizeram parte como Ministro dos Negócios Estrangeiros p Sr. Vitòrino Godiaho, como Ministro do Trabalho o Sr. Xavier da Silva, e como Ministro da Guerra o Sr. Vieira da Rocha; e agora, sendo Presidente de Ministério o Sr. Vitòrino Guimarães, que representa a parte esquerdista desse mesmo Partido, lá estão outra vez como Ministros esses mesmos senhores, o que é incoerência personificada.

É preciso liaver coerência,' ó necessário que os políticos categorizados mantenham uma linha de conduta firme.

Assim, Sr. Presidente, não podemos fár zer um juízo aproximado do que sejam os princípios ou a orientação de qualquer desses políticos.

Tenho lido na imprensa noticiosa que o Sr. Presidente do Ministério se propõe seguir as ideas do Governo passado.

Por mais que cogite, não descubro nenhuma idea do Governo que caiu.

A sua'obra foi, como todo o. país sabe, absolutamente violenta, arbitrária e despótica ; dela não resultaram nenhumas vantagens para o país.

Um Governo que não manifestou nenhum propósito de afirmar a sua orientação acentuadamente nacional,

Se se quere afirmar que se perfilha como boa a reforma do regime bancário ou a dissolução da Associação Comercial, francamente não felicito o'Governo por isso. •• . .

Era preferível que o Sr. Vitòrino Guimarães declarasse que ia estudar com toda .a atenção os problemas pendentes, e que procuraria solucioná-los dentro dos altos interesses do país, do que declarar que perfilha a obra do Governo passado, que foi uma obra atrabiliária. . .