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Diário das Sessões do Senado

do pelo ilustre Senador Sr, Júlio Ribeiro pelo seguinte:

Artigo único. O tempo mínimo de serviço efectivo exigido aos oficiais do exército nos diferentes postos, conio condição indispensável para atsua promoção ao posto imediato, será o fixado no dr-creto .com força de lei de 25 de Maio d« 1911 que reorganizou o exército.— Aníbal Augusto Ramos de Miranda—Artur Gctcn-io Rego Chagas—Raimundo Meira—Roberto da Cunha Baptista.

A deliberação, estão a ver, passando a Câmara os passes, entrando assim na vida administrativa de um empresa particular, é tudo que há do mais irregular, despótico, arbitrário e até-pouco inteligente, visto que o direito que tem para isso é apenas o direito da força quo a autoridade ao tempo lhe pronietiar podendo assim, se quisesse, resolver que eu, ou outra qualquer pessoa, fosse obrigado a dar de jantar aos senhores vereadores, que, aliás, sendo pessoalmente boa gente, nisso teria muito prazer se tives&e meios para sustentar tantas apreciáveis bocas.

Risos. t

Surge a primeira sentença contrária à Carris.

Foi um delírio entre os anualistas e entre alguns vereadores a sentença que não atendia a Carris.

E, então, o magistrado que a firmava é exaltado como um ornamento da sua classe, integérrimo, honrado, de talento e sabedor, sendo quá?i canonizado.

Ainda havia juí/es. . . no Porto.

A Carris recorre para a Relação do despacho da primeira instância.

Este tribunal, rapidamente, com um zelo digno do maior louvor, aprecia o despacho e resolve dar provimento ao recurso da Carris, ordenando que o juiz emendasse a sentença.

Este, como lhe cumpria, emendou, mandando suspender a execução da deliberação, da Câmara.

E aqui que o conflito na rua se inicia.

O juiz quási canonizado passa a ser um vendido à Carris. Os anualistas, uni pouco desanimados e desnorteados, principiam a desconfiar da Câmara. A Câmara ?m notas oficiosas promete manter os passos.

Chega o dia em que a Carris entende fazer valer os seus direitos reconhecidos* na sentença.

A Câmara, baseando se numa outra de-liboração igual -à anulada, tomada à pressa e na manifestação duma grosseira aro-caaserie, querendo rivalidar o que o tribunal dizia sem valor. . .

Uma voz: — Essa é boa!

O Orador: — Querendo revalidar o que não tinha valor, prometia entear num círculo vicioso e assim brincar com os tribunais.

A Carris em nota oficiosa convida os anualistas a irem trocar os passas. l'or sua vfz a Câmara, em nota oliciosa também, diz-lhes que uão façam caso, que os bilhetes da Câmara tom o mesmo valo::.

JSTo dia marcado pela Carris os condutores dos eléctricos, exigem dos anualistas que saiam ou comprem bilhetes avulsos. A polícia, certamente, com instruções superiores/ coloca-se ao lado dos portadores de passes. Há discussões, protestos, pancada, prisões. Os eléctricos foram ficando, em todas as ruas e praças imóveis.

O Sr. Presidente: — Como já está presente o Sr. Ministro do Interior, tem a p&lnvra para um negócio urgente o Sr. Júlio Ribeiro.

O Sr. Júlio Ribeiro (para um negócio urgente}'.— Sr. Presidente: Ao Sr. Ministro do Interior, per ser esta a primeira vez que deste lugar a S. Ex.a me dirijo, quero afirmar as minhas saudações asseverando-lhe a muita simpatia e felicitando o País por ver em boas mãos — disso estou convencido— a sua administração política e civil.

Cumprido este agradável dever vou expor o negócio urgente com toda a singeleza e rapidamente, sem a menor critica, censura ou recriminação.

Trata-se, como anunciei à Mesa, do con-flicto e:itre a Câmara Municipal do Porto e a Companhia Carris, dia a dia mais agravado com as irredutibiliflades duns, as leviandades de outros e o propósito ou inabilidade de algaus.

Historiemos.