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Diário das Sessões do Senado

30 e mais metros, está extraordinariamente sujeita às ventanias, sendo frequentíssimo tombar c atravessar-se nos caminhos. Por Osse motivo já hoje a não plantam à beira das linhas férreas.

i Imaginem. V. Ex.as uma tempestade de Tioite de que resulte tombar uma porção de eucaliptos, atravessados numa estrada •por onde passem automóveis !

Além disso, ainda tem outro inconveniente: a sua ramagem, não só pela pequena distância a que estas árvores, nalguns sítios, estão plantadas umas das •outras, mas ainda pelos inconvenientes cortes que lhe fazem, forma uma massa compacta que, não permitindo no inverno a entrada do sol, muito vai prejudicar o leito das estradas.

O Sr. Ferraz Chaves: — Esse inconveniente rcconheço-o, mas eu não plantava -à borda das estradas nenhuma árvore de folha permanente.

O Drador: — Há árvores de folha permanente que não tom esse inconveniente, como o sobreiro e a oliveira, devido à sua poda especial.

E o pior inconveniente ainda do eucalipto é ser atacado com frequência por um, fungo que o mata em poucos anos.

É o que se está dando na estrada de Évora a Reguongos, que talvez nalguns sítios não tenha 10 por cento destas árvores que não estejam atacadas desse mal. Quando lhes começam a aparecer no colo da raiz UQS cogumelos amarelos é sinal de que o tronco está perdido. Eis um grave inconveniente para ,uma essência florestal para arborização de estradas.

Eu falo principalmente com relação ao Alentejo, quo é das regiões que conheço melhor.

Nessa região, há uns 20 ou 30 anos, parece que houve uma febre de plantar eucaliptos.

As estradas estão cheias deles e principalmente a que vai de Évora a Re-•gnengos, conheço uma vinha importantís-•sima, talvez a segunda do País, na herdade de Pinheiro, dividida pela estrada

O Sr. Ferraz Chaves: — Isso remediava-se fazendo valas o cortando todas as raízes da árvore que .fossem para esse lado.

O Orador: — Perfeitamente de acordo, mas eu já vi valas de metro o meio e o eucalipto deitar raízes por baixo delas, e ir sair à flor da terra do outro lado.

O Sr. Ferraz Chaves:—Eu faço isso por um processo muito mais simples: abro uma vala pequena e torno a enchê--la de terra cortando as raíses. Durante dois ou três anos abro a vala, corto as raízes e não ó preciso mais nada.

O Orador:—V. Ex.r> naturalmente pede ao eucalipto que não saia da vala. V. Ex.a corta as • raízes, mas elas vão aparecer mais adiante.

Ainda há um outro inconveniente para o eucalipto e peço agora a atenção do Sr. engenheiro Ernesto Navarro para dizer se ó verdade ou não o que ouço a toda a gente, que quando há nevoeiro o eucalipto está pingando constantemente, estragando assim a estrada.

O Sr. Ernesto Navarro : —Há realmente zonas onde isso sucede e há algumas zonas onde não se pode nem deve plantar árvores.

O Orador: — Foi por estes outros motivos que eu não incluí o eucalipto para arborização de estradas e não compreendo porque ó que V. Ex.a nem ao menos quis dar a honra de aprovar o projecto na generalidade, projecto esse que já não é o meu, foi todo modificado, e por esta razão eu poderia ficar calado e deixar a defesa para quem o modificou, mas sempre gostaria de saber o inconveniente que V. Ex.;l aclia ti este artigo 3.°..-.

Leu.

V. Ex.a vai-me dizer que não há pessoal.

O Sr. Presidente: — Previno V. Ex.a de que tenho de ciar a palavra a-alguns Srs. Senadores quo a pediram para antes de se encerrar a sessão.