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Diário das Sessões do Senado

Disse o Sr. Presidente do Ministério que não veio ontem a esta Câmara por 'motivo de a sessão ser destinada a prestai* homenagem à memória do eminente republicano João Chagas.

O facto de ontem se ter dedicado ;=> sós-•são exclusivamente a prestar homenagem ao grande republicano, ao verdadeiro re-.publicauo que foi João Chagas, parocs-me ' que não impedia que se tivesse feito a apresentação do Sr. Ministro da Guerra •antes de se iniciar essa comemoração, visto que na Câmara dos Deputados por ' um Boletim que aqui tenho presente também anteriormente a essa hom3nage:n. se tratou dum assunto relativamente a fósforos, o que nada tinha com o que depois se tratou.

Devo dizer que ao estranhar a demora na apresentação do Ministro da Guerra, apenas tive o intuito de zelar pelo prestígio do Senado.

Dito isto, passemos adiante.

Veio hoje o Sr. Presidente cio Ministério a esta Câmara cumprir o seu dever apresentando o novo Ministro da Guerra que substituiu o general Sr. Vieira tíaEo-cha.

Não tenho o gosto de conhecer pessoalmente o coronel Sr. Mimoso Guerra, rnas acredito que, tendo sido escolhido para a pasta da Guerra, ó,uma pessoa que reúne as qualidades necessárias para desempenhar cabalmente a sua missão.

A S. Ex.a apresento os meus cumprimentos,'fazendo votos para que o Sr. Ministro da Guerra laça na sua pasta uma política retintamente republicana, sr»m ser partidária, porque só assim se poderá ter em todos os cargos do exército pessoas de absoluta confiança da Repáldica.

É preciso que S. Ex.a ao nomear essas pessoas não se preocupe com o partida-rismo delas dentro da República iruis sim, única e exclusis?amonte, com as SUÍLS qualidades do republicanos, e tenha em vista que as pessoas que se dizem incolores, esses indivíduos que dizem ser>só militares e rnaiis nada, uma grande parte deles no fundo não se pode dizer que morram de amores pela República.

Se as lições do passado para alguma cousa servem, é preciso que T>ara o futuro se entre em vida nova.

Desejo chamar a atenção do Sr. Ministro da Guerra para um assunto bastante

importante, é aquele que diz respeito aos mutilados e inválidos da guerra.

Este assunto tem vindo a arrastar se há muho tempo, parecendo mesmo que a Nação tom querido regatear a esses homens aquilo a que eles têm direito.

T'or uma lei que foi ultimamente publicada e da qual eu fui relator, parece me que o íissunto ficou resolvido tanto quan to possível. Mas, nessa lei há ura artigo com o qual não concordo, e que lá está, devido à insistência do Sr. Ministro da Guerra de então, general Sr. Vieira da Rocha; é o que diz respeito a uma revisão de todos os processos referentes aos nr.itilacos e inválidos da guerra.

Por esse artigo podem criar-se muitas dificuldades a esses homens.

Sabe o Sr. Ministro da Guerra por certo que há no seu Ministério uma célebre 5.a Repartição da 2.a Direcção Geral que tom causado toda a série de empenos e dificuldades aos inválidos de goierra.

Não posso afirmar que seja por má vontade.

Será?

Não será?

(j,Sorá por um espírito absolutamente burocrata?

Não sei.

A verdade é que tem caído a maldição dos- inválidos- de guerra sobre essa célebre 5." Repartição, e parece-mo que há poucos militares do exército que não digam mal dela.

Km meu entender, quando aparecesse nessa célebre 5.a repartição qualquer folha dos registos clínicos e essa folha fosse supriiiiida por documento autêntico passado por alguém que tenha competência pr.ra o íazèr, devia-se considerar como boin esse documento.

Mas, por informações que tenho, essa gonte agarra se de tal maneira h interpretação ca lei, que, poío facto de não haver registo clínico, informam mal, e os Ministros procedem na pua quási totalidade cor.forme as informações que lhes dão.

Vou referir-me a um caso que comigo se deu,