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Diário das Sertões do Senado

O Orador:—Mas S. Ex.a bem sabe quo quando se fazem afirmações, não se fazem condicionais, porque, se elas fossem feitas no terreno da calúnia, e S. Ex.a ó imcapaz de tal, lançava lama a quem não merece apanhá-la.

Sr. Presidente: acentuei mais de uma vez quo o Sr. Presidente do Ministério não necessitava, nem carecia da minha defesa.

Não era o Governo que eu estava a defender; estava a falar em nome deste lado da Câmara, o realmente seria estranho que eu, ainda em nome deste lado da Câmara, ao apresentar as minhas saudações ao Sr. Ministro da Guerra, representando a maioria embora humildomeLte, n?e tornasse solidário, ou sequer desse a entender que assinava as expressões do Sr. Ribeiro de Melo quando cens;iruvu o Sr. Presidente do Ministério por nào ter apresentado mais cedo o Sr. Ministro da Guerra.

Mas, se me calasse, dir so-ia mie a minha saudação ao Sr. Ministro da,Guerra era de mera cortesia, mas que no meu íntimo dava o braço ao Sr. Ribeiro de Melo para o acompanhar nas suas cen&u-ras.

Sr. Presidente: é sabido que o dito popular: «quem cala consente» tem o seu quê de filosófico.

E assim teria tarnbóm dito que o Sr. Presidente do Ministério tinha andado incorrectamente não apresentando nesta Câmara, na primeira sessão, o Sr. Ministro dá Guerra.

O Sr. Ribeiro de Melo. — t V. Ex.a dá--me licença?

Apenas deixei de usar o advérbio correcta, ou incorrectamente.

Fui até bastante seu correligionário porque n^o o chamei correcto, nem incorrecto..

O Orador: — Já vejo que S. Ex.a daqui a pouco vem sentar-se outra vez dOste lado da Câmara.

Riso.

O'Sr. Ribeiro de Melo: —

O Orador: —Não duvido, nS,o senhor, porque eu conheço a firmeza do seu

ânimo, a sua grando adoração pela verdade.

O Sr. Ribeiro de Melo :— S. Ex.a p*>de considerar me até como um democrático de ida e volta, porque o sou.

O Orador: - O Sr. Ribeiro de Melo não veja nas minhas palavras a mínima cousa que possa beliscar o seu ânimo naquilo que o homem tem de mais sagrado: a sua honra.

Fiz uma afirmação qne não tem nada de ofensiva para S. Ex.a

O Sr. Afonso de Lemos: — Isso é um madrigal.

O Orador: — Madrigat em que nós podemos colaborar, dando um espectáculo que não é do desprezar.

Por consequência, o Sr. Ribeiro de Melo foi injusto e todos o podem ser, pois que se tiuba dado aqui a razão suprema, irrespoudível: qui; ao abrir a sossão dosta Câmara ontem o Sr. Presidente da Câmara logo inicialmente tinha proposto um voto de sentimento por ilustres extintos e proposto mais ainda quo se encerrasse a Câmara dopeis da aprovação do seu voto.

Á oão sor que V. Kx.% Sr. Ribeiro de Melo, tenha a faculdade de criar do nada alguma cousa, ou não sei onde V. Ex.a podia meter o esp;iço para o Sr. Presidente do Ministério apresentar o Sr. Ministro da Guerra.

Sr. Presidente, por mais de uma vez tendo mostrado quanto p imo o principio democrático doutro da feitura das luis, e mais de uma vez, em vários projectos que contendem com a economia publica e interesses dos humildes, 'onho aqui levantado a minha voz era defesa dos desprotegidos.

Sr. Presidente, a final de contas não tenho senão que agradecer ao Sr. Ribeiro de Melo o ter foito que eu defina bem a minha situação perante os Goveriios.

Não falo por amor dos Governos, falo pela minha consciência e pela verdade, nunca mo submeti a neuhuns princípios que não sejam aqueles, que se coudunim com as minhas convicções,

S. Ex.a sabo perfeitamente isto, e por isso digo: S. Ex.!l no sou discurso foi muito cortes, fui amável, mas foi imensamente injusto.