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ário das Sessões do Senado

rato a esses conselhos médicos para levantar a minha voz afirmando mais uma voz ao Sr. Presidente do Ministério, não digo a minha consideração, nem a minha amizade porque S. Ex.íl a dispensa, qua a opinião republicana está ao lado do Governo, e principalmente desde que., repito, jugulou o movimento revolucionário da Rotunda.

Ontem interroguei a Mesa preguntando a V. Ex.a, Sr. Presidente, porque é quo o Sr. Presidente do Ministério não tinha cumprido a praxe parlamentar de vir ao Senado fazer a apresentação do novo titular da pasta da Guerra.

Respondeu há pouco o Sr. Presidente do Ministério, resposta não de defesa do Governo mas unicamente de esclarecimento.

Para mini ora escusada essa resposta porque eu adivinhava e sabia quais as palavras que iam ser proferidas por S.^Ex.a

Sabia como todos nós as razões que tinham impedido S. Ex.a de vir fazer ao Senado a apresentação do novo Ministro da Guerra.

O que eu não encontro, porém, é justificação para o facto de se levantar na Câmara dos Deputados uma questão política, antes de o Sr. Presidente do Ministério ter cumprido a praxe parlamentar da apresentação nesta Câmara do novo titular da pasta da Guerra.

;, Porque é que eu queria que o Sr. Presidente do Ministério viesse ao Senado apresentar o novo Ministro da Guerra ?

Em primeiro lugar para cumprir uma praxe parlamentar, que tem sido invocada aqui dezenas de vezes com o apoio até da maioria do Partido Republicano Português.

E depois, para quo a Câmara dos Deputados se lembrasse de que existia também o Senado onde o Sr. Presidente do Ministério era obrigado, pelas praxes parlamentares, a comparecera fim de fazer a apresentação do novo Ministro.

Mas a maioria não se manifesta senão para determinados actos que provocam até a nossa cumplicidade na aprovação de todos os projectos que tratam de assuntos de campanário.

Bem melhor seria que a maioria, pela voz do Sr. Catanho do Meneses, tivesse concordado comigo, reconhecendo efecti-

vamente que estava no meu direito de estranhar que o Sr. Ministro não tivesse vindo ainda aqui.

E o que eu queria ouvir, e o País também, era da maioria parlamentar palavras de franco apoio ao Governo, significando perante o País uma solidariedade com o Governo que nem as oposições seriam capazes de vencer.

Mas não se fez isso nem se fará.

Pedi a palavra para mostrar ao Sr. Presidente do Ministério que os reparos que se fizeram não eram desprimorosos para com S. Ex;.a, nem também para com o Sr. Ministro da Guerra.

Eram em deíesa de uma praxe parlamentar e nada mais.

Porque eu, Sr. Presidente, podia fazer ouvidos de mercador, como fez a maioria, o não ter proguntado ao Sr. Presidente da Câmara as razões que tinham impedido o . Sr. Presidente do Ministério de vir aqui apresentar o novo titular da pasta da Guerra.

Mas é que a mim doía-ine a minha alma profundamente republicana o ver submetido o Sr. Presidente do Ministério e o Governo na Câmara dos Deputados ao ataque político antes de ter chegado a hora própria, e a hora própria será depois dele ter cumprido as praxes parlamentares.

Se a maioria da Câmara quisesse oferecer-lhe o decidido apoio que a opinião republicana reclama, tenho a certeza de que o Sr. Catanho de Meneses, como ilustre hader da maioria parlamentar, era o primeiro a ter preguntado ao Sr. Presidente da Câmara as razões por que o Sr. Presidente 'do Ministério não vem a •esta casa do Parlamento apresentar o Sr. Ministro da Guerra, e seria combinado com a Câmara dos Depurados para se interromper o debate polílico até ser cumprida essa formalidade.

Mas, Sr. Presidente, pouco ou nada valerão as minhas palavras. Reservar-me hei para ocasião mais oportuna, quando a maioria precisar das oposições para pedir votações rápidas e urgentes de projectos de campanário .e de propostas de lei. que satisfazem os seus interesses eleitorais e partidários.