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Diário das Sessões do Senado

•que a sessão seja prorrogada até se votar «sta proposta.

Q Sr. Ribeiro de Melo:'—Vejo-me constrangido a discordar do requerimento, do "Sr. Artur Costa.

Se bem que desejasse usar da palavra •sobre a generalidade, mais uma vez única •o simplesmente paru informar S. Ex.a a, algumas consas que me parecem que devem sor ponderadas pela Câmara do Senado, nós sabemos que a praxe de V. Ex.a, Sr. Presidente, ó levar a prorrogação "da sessão ato ii hora regimental, encerrando cni seguiria a sessão o que nos priva do usar da palavra.

Tenho dito.

Foi aprovado o requerimento do Sr. Artur Costa.

O Sr. Pereira Osório:—Sr. Presidente: é com muita mágoa e tristeza que eu entro neste assunto levantado pelo nosso ilustre colega o Sr. Ribeiro de Melo.

Esperava que daquele lado da Câmara se levantasse esta questão, esta oposição à, proposta em discussão, mas não que fosse o Sr. Ribeiro de Melo, velho republicano que aqui está sempre defendendo com calor inexcedivel os republicanos.

É estranho que ainda numa sessão de há dois dias ou três, se homenageasse duas das figuras a que se refere esta proposta, e agora por uma questão que parece insignificante se venha deprimir os efeitos dessa justa homenagem.

O Sr. Ribeiro de Melo (em aparte):— Não apoiado.

O Orador:—Não é que esta proposta não po^sa ser discutida, mas é que eu •entendo que o Sr. Ribeiro de Melo só-o podia fazer se viesse à Câmara munido de elementos para dizer: esta proposta com relação ao Sr. João Chagas o a ao Sr. Stockler, ou aos dois em conjunto, não deve ser aprovada porque a família ficou com meios para viver.

Não devia vir fazer proguntas ao Governo, porque devemos fazer-lhe a justiça de que se apresentou esta proposta, foi por estar convencido, como realmente o está, de que as famílias das pessoas visadas niÀo dispõem de rneios.

O Sr. Artur Costa (interrompendo): — V. ,Ex.a da-me licença?

E simplesmente para um esclarecimento.

Na Câmara dos Deputados o Sr. Presidente do Ministério manifestou-se do acordo com a pensão à íamília do Sr. Stuckler o ontem na secção do Senado concordou que fosse incluída nesta proposta a pensão à família do Sr. França Borges.

O Orador: — Estranho bastante que S. Ex.a viesse trazer estes íactos deploráveis que. a todos nó*s, os velhos republicanos, nos colocam mal sem, ao mesmo tempo, trazer os elementos necessários para assim poder fundamentar as suas afirmações.

Ora, ea devo dizer que do testamento se não pedem tirar conclusões de que ele deixasso fortuna.

Não tinha casa, pois vivia em casa alugada, mas admitindo que a casa fosso dele, eu pregunto: ",J em que isso influía no caso ?

Ou viveriam nela a viúva e filhos e nenhum rendimento produziria, ou dá-la-iam de arrendamento e a renda seria para pagar outra em que fossem viver.

Não me consta, nem a ninguém, que o Sr. João Chagas tivesse capitais ou quaisquer bens imobiliários.

A pen&ão, em grande parte dos casos, representa uma como que consideração, uma homenagem, nada mais, porque é sempre menos na economia da família do que as receitas do homenageado pelos empregos que exercia o trabalho que produzia.

Dizem que ele tinha uma biblioteca que valia muito dinheiro. Mas já ouvi dizer que era intenção dele legá-la ao Estado.

V. Ex.a, Sr. Ribeiro de Melo, que pertence ao corpo consular, acha possibilidade de um Ministro, que teve de fazer uma vida, dispendiosa, possa arranjar fortuna ?

Nilo me parece. Já no tempo da monarquia eles quando morriam não deixavam nada.