O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

38

Diário dás Sessões do Senado

Serra e Moura pelas palavras gentilíssi-mas com que S. Ex.a me quis distinguir, atribuindo-me qualidades que não tenho.

São todavia, nesta hora, para raim, uma recompensa e uma grande satisfação moral porque de facto —e S. Ex.a nisso apenas tem razão e só nisso—quando se me entrega um trabalho para estudar, não faço mais porque não sei, mas faço tudo quaato posso.

O orador não reviu.

O Sr. Procópio de Freitas: — Sr1. Presidente: não há dúvida de que se o sargento Marques Monteiro não continuou ao serviço foi porque não requereu a sua recondução.

Mas é preciso não viver em certos meios, não saber o que se passa por vezes com pessoas que se salientam na sua acção republicana, para não se comprsea-. der o motivo por que o ex-sargento Marques Monteiro preferiu ter baixa perdendo assim aquele número de anos de serviço que tinha.

Nós, apesar de estarmos há quásí 15 anos em República, o que é verdade ó que os republicanos são tratados com desdém em algumas repartições do Estado onde imperam indivíduos que não são afectos à República.

É absolutamente certo que nos meios militares, e eu refiro-me especialmente à marinha do guerra, muitos indivíduos que são conhecidos como verdadeiros defensores da República são vítimas duma manifesta má vontade contra eles.

V. Ex.a, Sr. Presidente; e a Câmara devem ainda lembrar-se das violentíssimas polémicas que sustentei com S. Ex.a o Ministro da Marinha de então que é o mesrao de hoje, por causa do afastamento do serviço da armada de numerosas praças e sargentos tendo todos, ou quási todos, a medalha de comportamento exemplar sem ao menos se lhes dizer o motivo por que tinham baixa.

A razão desse procedimento íoi porque estavam na lista negra.

Disse nessa ocasião que o que se pretendia com o afastamento dêstíes homens do serviço da armada era preparar o terreno para a ditadura militar, e assim punham-se fora da armada aqueles indivíduos que com risco da própria vida eram capazes de se opor a essa ditadura.

Estou convencido que o afastamento desses sargentos e dessas praças obedecia ao plano'da organização do movimento que se manifestou em 18 de Abril.

V. Ex.a deve recordar-se, Sr. Presidente, dessa polémica, que foi até bastante violenta, em que eu increpei aqui o Sr. Ministro da Marinha e o Sr. major general da armada de então pela violência exercida junto dessas praças e sargentos, a quem se exigiu para poderem ser reintegrados a apresentação dum documento passado por um oficial, responsabilizando-•se pelo seu futuro procedimento militar.

Critiquei asperamente essa exigência, porque se estava cometendo um acto absolutamente ilegal.

Alguns desses sargentos e praças conseguiram essas declarações e só assim puderam vir novamente honrar as fileiras da armada.

Outros conseguiram a sua reforma, mas o facto é que, de momento, foram todos postos fora do serviço da armada sem se ter em conta o seu comportamento nem o número de anos de serviço que tinham.

E absolutamente explicável que este homem, vendo-se perseguido, porque tinha de facto toinado urna parte activa dentro da República, quisesse abandonai as fileiras militares para se ver livre dessa perseguição.

Repito, só quem anda em certos meios é que compreende o gesto do sargento Marques Monteiro.

Tenho dito.

O Sr. Presidente:—Não está mais ninguém inscrito.

Vou pôr à votação o projecto de lei na generalidade.

O Sr. Procópio de Freitas (para um requerimento) : — Requeiro votação nominal.

Foi aprovado.

fez-se a chamada.

Disseram aaprovo» os seguintes Sr s.: