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Settsão de l de Julho de 1920

que lança a fome; a miséria e a desgraça, em muitos e muitos Tares. .

Disse.

Apoiados.

O Sr. Vicente Ramos :— Sr. Presidente: pedi a palavra para .fazer umas ligeiras considerações acerca -de um assunto que interessa o meu distrito e em geral as ilhas dos Açores.

Quero referir-me à forma como a Câmara Municipal de Lisboa está procedendo com o gado importado dos Açores.

Como V. Ex.a e a Câmara sabem, durante muito tempo houve esccissez de carne em Lisboa, faltou sempre em-quantoapeseta teve um ágio maior ao que tem actualmente : com a melhoria de câmbio deminuiu a exportação para Espanta e, por consequência, ináis ofertas em Lisboa começaram a aparecer, mas fora neste momento que a câmara municipal tinha resolvido fazer uma larga importação da Argentina. ' ' . •

Quando a Lisboa tinham chegado uns carregamentos de gado, os fornecedores da cidade apresentaram à câmara uma grande quantidade de gado nacional, creio que 1:500 cabeças de uma vez, e assim a Câmara ficou com uma grande quantidade de gado.

f,E o quê há-de resolver a Câmara? -

Èesolve que o gado importado .dos Açores' não sej'i abatido à sua chegada. . Ora o gado1 vem desde a ilha das Flores até à ilha de Santa Maria, quere dizer, dos dois extremos do' arquipélago, o. que vem das Flores >traz 10 ou 12 dias de: viagem e o de Santa Maria 4 ou-5 aias, dê maneira' qúé ,o gado quando chega a Lisboa é numr estado desgraçado Apelas condições de viagem e. alimentação deficiente. ' ' ' '•••'."•

O que se fazia sempre, para acudir aos-exportadores,' era abater .o gado apótf a sua -chegada, mas agora; não se faz isso.

Há cerca de um,'mrês que.vieram dos Açores dois carregamentos de gado, havendo, portanto/ umas 300 cabeças.'que estão em Lisboa' sem que a Câmara" Municipal permita que elas sejam abatidas.

Sr. Presidente: 'isto não pode consentir-se, porque não há pastagens para essas cabeças de gado, ó'mesmo ;'se; houvesse está claro que os donos do*gado não podiam estar a stísterítá-los; estão.

portanto a ser alimentados a seco e con: tinuam a emmagrecer.

Há um enorme prejuízo para os exportadores, porque o gado, abatendo de peso, abate, igualmente, /de. preço.

Isto não é bom, acho até mau o procedimento da Câmara, e tanto pior quanto ó certo que sabemos que a Câmara Municipal também manda comprar gado aos, Açores.

• Esses bois vêm juntos com os dos exportadores e a Câmara, quando o gado chega a Lisboa, manda abater o seu e deixa ficar o outro. _ ' .

O que pretende a Câmara? £É ser a única importadora do gado- dos Açores ? Se assim é que o diga, porque então o criador' talvez tenha maior vantagem em vender directamente à Câmara* em vez de haver intermediários; mas estar a chegar um vapor com 200 ou 300 cabeças de gado e dessa totalidade mandar abater 30 que adquiriu directamente e deixar os exportadores perder dinheiro, é que não acho justo.

Eu sei que não há Governo, não está .presente o Sr. Ministro da Agricultura, mas quis levantar aqui este meu protesto contra o procedimento da Câmara Municipal de-Lisboa, porque me cumpre zelar os interesses do- meu distrito e também dos Açores, e é necessário obviar a este mal estabelecido pela Câmara Municipal.

Confio que o novo Ministro da Agricultura tomará as devidas providências para evitar este estado de cousas.

O Sr. Artur Costa : — Sr. Presidente: • pedi a palavra para.mandar para a Mesa um projecto de lei.

Peço a V. Ex.a qtíe consulte o 'Senado sobre se consente na urgência para esse' projecto. • ' ' ' '

: O Sr. Serra e Moura: —Sr. Presidente: já há muitos dias pedi a V. Ex.a paraH me conceder a palavra quando''estivesse presente o Sr. Ministro das Colónias: