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Sessão de l de Julfto de 1925

Guerra, onde campeia a talassaria que dirige as repartições daquele Ministério.

Karo é, Sr. Presidente, o oficial republicano que se encontra no Ministério da Guerra e raro é também o oficial republicano que possa comunicar com o seu Ministro, não digo já para lhe pedir qualquer favor, mas, pelo menos, aquela atenção que é devida a oficiais republicanos como este. E ainda estranhou o Sr. Oriol Pena que os oficiais revoltosos de 18 de Abril estejam ^sujeitos a um regime que S. Ex.a julga ser de perseguição, quando todos nós sabemos que esses oficiais têm tido a maior das liberdades, têm podido fazer tudo quanto têm querido, tendo ido até à brincadeira própria de alunos do liceu, pondo um palhaço em. atitude de fuga para assim poderem ver se a vigilância que se fazia em volta da fortaleza era efectiva e se podiam escapar no momento que pretendessem.

Mas, Sr. Presidente, o comandante, que me dizem ter feito parte daquela guarnição militar de Lisboa que foi para Monsanto, para satisfazer naturalmente aos desejos daquela guarnição militar, que não tinbra pelo seu republicanismo, levantou um auto às praças que, no cumprimento de um dever, dispararam as espingardas contra o boneco.

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£ Pois V. Ex.& não vê que, tendo um oficial realizado a fuga da Torre de S. Ju-lião da Barra, ainda ninguém teve conhecimento de que o Ministro da Guerra tivesse promovido o castigo dos oficiais responsáveis pela segurança dos prisioneiros ?

Nada disto se tem feito e apenas constatamos o castigo daquele oficial republicano, esquecido de que a República tem sido uma madrasta para com todos os republicanos dedicados e que apenas aparece com o seu carinho de mãe quando esses republicanos desaparecem do convívio dos vivos e morrem, ou para dar funerais nacionais ou ainda para dar uma pensão às suas famílias; republicanos ainda vivos, republicanos que tenazmente insistem e persistem na defesa do regime, na

pureza dos seus ideais e que através ie tudo e de todos ainda não têin medo de se considerarem republicanos, são perseguidos pelas repartições do Ministério da Guerra, mercê de vários Ministros da Guerra que não têm sabido impor o regime ,republicano no seu Ministério.

E uma situação que nos faz esperar maus e tristes dias na hora em que o Governo quiser apelar para o idealismo dos oficiais republicanos, na hora em que o Governo, seja ele qual for, apelar para a consciência dos civis que denodadamente se têm batido lealmente, corajosamente pelas instituições republicanas; acredite-V. Ex.a, Sr. Presidente, e acredite o Senado que poucos encontrará decididos a jogar a vida em defesa do regime republicano.

Ji/ que se chegou ao convencimento de que a República implantada há catorze anos não dá nenhuma segurança nem garantia aos republicanos e patriotas que quiseram redimir esta pátria com a implantação da República.

Sr. Presidente: nem os propagandistas da República têm mais coragem de pretender convencer junto dos Governos os respectivos Ministros, nem sequer a simplicidade do povo republicano, sempre heróico, abnegado e arreigado ao ideal republicano, pode obter dos Governos desta República a consideração e estima que lhe é devida e sobretudo o amparo e o carinho à sua fé, à sua confiança e à perseverança com que ainda crê no regime que ainda será capaz, num dia próximo, 'de redimir esta nossa Pátria.