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Diário das Sessões do Senado

têm assento nesta Câmara e que se dispunham a combater a parte conservadora do Partido Democrático estão em condições de liberdade e independência para poderem votar a minha moção.

E, pois, a moção de desconfiança que vou apresentar, única e simplesmente motivada pelas razões que aduzi.

Não tenho nenhuma espécie de parti-pris contra o Sr. António Maria da Silva. Não teuho relações pessoais com S. Es.a porque cortámo-las quando lhe atirei com uma moção de desconfiança mas, politicamente, não deixa de me merecer a mesma confiança que lhe foi afirmada por todos os lados da Câmara.

E não fui eu porque não fazia parte dos fiéis vassalos desse cartel que o Sr. Presidente do Ministério agora acabou, não fazia parte do Parndo Accionista, não fui eu também desapossado do poder na ambição legítima do Partido Nacionalista porque nele não estou filiado.

Também eu não fui pelo facto do Partido Radical não ter sido convidado a organizar Governo porque se fôssemos ato lá haveria grande dificuldade na escolha dos indivíduos que representassem o Partido Radical num Governo constituído por republicanos históricos.

E praxe endereçar cumprimentos ao Governo.

Ao Sr. António Maria da Silva eu o faço como republicano. Nem a S. Ex.a bem ficaria e a mim mal me ficaria se porventura com esta minha atitude ea quisesse fazer o roatamento de relações pessoais com o Sr. Presidente do Ministério.

Vivemos numa época em que é preciso afastar toda a insídia, toda a calúnia.. Se nós amanhã apertássemos a mão como antigamente, não faltaria quem dissesse que S. Ex.a me tinha comprado com o seu poder.

Cumprimento-o por ser um dos republicanos que mais trabalharam para implantar o regime, e um dia quando \T. Ex.a tiver sido escorraçado das! cadeiras do Poder devido a qualquer complot das alfurjas políticas encontrará V. Ex.a a mão do Ribeiro de Melo a seu lado para que o defendam duma calúnia.

Ao Sr. Presidente do Ministério como republicano que sou endereço os meus cumprimentos, faço votos para que S. Ex.a

leve o seu Governo a bom caminho que trag*a para a República aquela pureza que o povo espera, e faça chegar a todas as classes da sociedade portuguesa aquela paz, ordem e conforto moral que há muito tempo se faz sentir na sociedade portuguesa.

Mas há um nome que eu quero destacar entre todos: é o do Sr. Ministro do Interior.

Republicano de sempre, estava na lista dos históricos e a saudação tem de ser ligeira e breve não porque não tenha palavras que as não mereça o Sr. Germano Martins., levaria muitos minutos a historiar a sua vida de sacrificado pela causa da República, mas porque a hora vai adiantada e necessário se torna que eu reduza- as minhas considerações.

Há uni cumprimento que eu não posso deixar de endereçar saiidando S Ex.a pelo sofrimento passado no dezembrismo. Faço assim uma homenagem a todos os mártires dessa ditadura porque S. Ex.a foi também vexado e tomou parte nos sofrimentos que uma grande parte da família republicana passou nesse período triste que veio obscurecer umas das páginas da República Portuguesa.

Ò Senado deve sentir-se orgulhoso de encontrar na representação ministerial o Sr. Gaspar de Lemos e Augusto Monteiro, dois colegas que têm recebido justamente da Câmara do Senado as mais .sinceras provas de consideração e apreço.

Um, pelo seu passado republicano exige a nossa consideração e respeito, o çutro republicano dos novos mas que já tem marcado pela sua linha de conduta nas assembleas políticas republicanas, tem afirmado de tal maneira a sua dedicação ao regime que merece a nossa estima e consideração e até a nossa simpatia.