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Sessão de 7 e 8 de Julho de 1925

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Parece que não há outra resposta que não seja a afirmativa: —sim.

Sr. Presidente: o que tem causado en-gulhos ao Partido Nacionalista e que francamente o atira para todas as oposi-ções sistemáticas a qualquer Governo que não seja do Partido Nacionalista, é isto.

^Não seria melhor — e é essa a parte principal da critica que lhe faz a opinião republicana—não seria melhor o 'Partido Nacionalista aliar-so a outro partido constitucional da República adentro dum Governo e, pelas pastas que lhe fossem confiadas, mostrar ao País, à Nação, e sobretudo à opinião republicana, em que se apoiam todos os Governos, que sabe defender o seu programa e pode até grangear a simpatia política ou eleitoral dos portugueses, até lhe -darem a sua força natural, para poder estar num Governo absolutamente, unicamente partidário ?

Levantar acusações ou fazer insinuações ao Chefe do Estado, ao Sr. Presidente da República, porque ôle não pretende dar a dissolução parlamentar, não é positivamente um serviço que possa ilustrar a história do Partido Nacionalista e sobretudo os seus próceres, os republicanos da velha guarda, que todos nós republicanos estamos habituados a respeitar e considerar desde os tempos da propaganda.

Por mim, se o Partido Nacionalista chegasse a ser chamado ,ao Poder e Aàesse à esta Câmara do Senado fazer a sua apresentação, declaro a V. Ex.a, como independente, hoje não lhe negaria o meu voto, dar-lho-ia com a minha consciência de republicano, confiado em que o Partido Nacionalista procedesse tal qual os seus adeptos ropublicanos e deixasse de seguir a opinião já marcada e estabelecida, por alguém que desde os tempos do Partido, Progressista marcou uma manifestação de ideas àquele Par-tidOj e que -há-de .continuar a atrapalhar a vida constitucional da-República. Melhor seria que o Partido Nacionalista, se apressasse a dar o seu concurso .a qualquer outro agrupamento político constitucional que estivesse nas condições de poder governar o Estado.

Sr. Presidente: posto isto, analisemos a declaração ministerial. Contra o voto

de tantos outros Srs. Parlamentares, que já a analisaram, a declaração ministerial é nmtatis mutandis a mesma cousa que as anteriores declarações.

Quási todas as declarações ministeriais, umas mai_s extensas, outras como aquela em questão, dizem ao País, e sobretudo ao Parlamento, as intenções do Governo.

Apreciá-la hemos o mais rapidamente possível, mas de modo a poder manifestar a minha opinião sobre o assunto.

Diz o Sr. Presidente-do Ministério que há-de «seguir resolutamente pelo camiuho da defesa dos princípios da humanidade e da civilização, respeitando e mantendo a ordem social e não permitindo que se con-fundam as ideas políticas com os crimes comuns».

Sr. Presjdente: esta é a vontade de todo o cidadão poftu-gnês, estes são os votos que formulam todos os políticos republicanos que não querem nem podem confundir os crimes comuns com esses crimes, antes desejam que a ordem seja restabelecida não à força da espada e muito menos ainda pela forma como ultimamente se tem feito, a perseguição política pelo Ministério do Interior do Governo* transacto, que não respeitou nem o lar do cidadão, assaltando a altas horas da noite as residências de cidadãos, sem. que e Sr. Vitorino Godiuho punisse as autoridades que tal desacato cometeram.

Graves seriam por certo os delitos cometidos por esses cidadãos, para não se respeitar a inviolabilidade do lar e os direitos dos cidadãos, esperando-se por urna hora mais própria, para se poder prender esses cidadãos se porventura .tinham prevaricado.

Espero que este Go\0rno, naturalmente, respeitará-os direitos dos cidadãos e não procederá da forma iníqua que acabo de descrever.