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Diário das Sessões do Senado

Trouxe a Portugal toda essa gente.

Revolucionei de uma maneira pacífica do Norte a Sul toda a gente portuguesa.

Agora, neste mesmo instante, estão 245 atleias, 245 moços entre a idade de 18 e 25 anos no pleno Stadium do Lurniur à luz do sol desta terra b erudita a baterem-se em lutas de destreza física.

Homens de Vila Real de Santo António e de Viana, homens das proximidades de Lisboa, todos eles ali estão batendo-se chamados a Lisboa pelo grito do meu afecto.

Eles ali estão completamente desamparados, porque esta obra ainda não teve um; aplauso.

É por isso que eu grito assim!

Não é responder a uma declaração ministerial.

Eu sei, Sr. Presidente, que tenho no Governo amigos fortes e firmes.

Mas eles também andam neste torvelinho de ódios e paixões. Também foram envolvidos nesta corrente dissolvente que separa todos.

E eles, que ali estão olhando para miin, dirão: ^mas o que c que picou o Sr. José Pontes?

Se grito assim, Sr. Presidente, é porque vejo que eles não trataram de problemas vitais para a raça portuguesa,

E preciso olhar com carinho e amor para esta mocidade que não tem cuidados de higiene.

É olhar para esse exército não pela parte material, mas sim olhar para. aquilo que é importante, que é a sua corpora-tura.

É olhar para todos estes problemas.

É olhar para a maneira como vai de-minuindo a classe proletária.

São todos estes problemas que eu queria que me resolvessem.

Sr. Presidente: eu não devia estar no Parlamento da República, porque a minha missão é outra.

É gritar em pleno comício à luz do sol, que é bem portuguesa, todas estas cousas para bem desses moços que desejam ser fortes para serem bem portugueses e que desejam viver para honra de Portugal.

i Companheiros meus que ali estão e que eu enhei-de ver com amargor discutir durante 15, 20 e 30 dias qualquer miséria da política, e que não hei-de ver comigo uma hora corta a tratar de problemas

que são vitais, que são imprescindíveis para as necessidades da Pátria!

O espectáculo vai começar e eu queria--Ibe garantir que antes de entrarmos nele hão-de ouvir a minha voz a clamar, a gritar pelo bem da Pátria, hão-do sabor que ali nas cadeiras da Presidência está um general que se lamenta em público porque os homens do exército de cavalaria têm menos 4 ou 5 centímetros da corpo-raíura que deviam t

Eu, que já passei o equador da vida, pouco mais poderei fazer; é preciso que outros mais novos venham tomar o meu lugar; talvez que nestes primeiros 5 ou 10 anos a minha propaganda não produza a revolução que eu queria fazer, mas bemditos aqueles que seguirem as idoas de um fanático, porque os frutos virão dentro em poucos anos.

É de uma necessidade imperiosa cuidar daqueles que na hora actual vão morrendo abandonados nesses lindos rincões das nossas províncias, homens que foram arrancados dos campos da nossa bela terra portuguesa, que lhe deitaram aos ombros as correias do fardamento militar e que não cumpriram o seu dever, não porque lhes faltasse para isso o im-pulsivismo e o nervosismo, porque esses são próprios da raça, mas porque lhes faltou a estrutura, a força.

Ninguém pode ser forte sem ser bem alimentado, ninguém pode ser atleta sem ter os necessários cuidados de higiene.

Homens gritam que são republicanos porque o gritam, republicano eu sou porque o estou gritando.

E eu alguma cousa fiz que certos republicanos não fizeram.

Era republicano no tempo da propaganda, aproximando-me das crianças, educando essas mesmas criancinhas, levando para a higiene do ar e para a higiene dos alimentos, 3, 4 milhares das criancinhas da cidade de Lisboa.

Eu posso gritar que contribuí para a democratização de todos os pobres;'fi-lo aproximando-os, dando-lhes alimentos, higiene, consolação moral o educação física.

E para isso ainda que eu trabalho, é para isso que nós iodos devemos trabalhar.