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-Sessão de 7 e 8 de Julho de 1925

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tence ao meu partido eu não podia deixar -de dizer que se esse Sr. Deputado assim procedeu é porque estava no uso mais pleno do seu direito.

O Sr. Pereira Osório: — O que lamentei foi que se desse azo a S. Ex.a tomar •essa atitude.

O Orador:—Assim cumpri o meu dever do levantar essas palavras que po-•diarn tor outra interpretação.

E visto que estou no uso da palavra, dirijo-me ao Sr. Ribeiro de Melo, que foi muito gentil para o meu partido, fazendo-lhe, nesta casa do Parlamento, uma •«ousa que-raramente se tem feito: justiça, com relação ao meu partido sustentar que indo ao Governo usaria do direito de pedir a dissolução do Parlamento. •S. Ex.a disse que nós pedindo essa dissolução era para usarmos do Ministério do Interior a nosso favor.

Não 6 exacto.

Só pediríamos a dissolução do Parlamento se SQ levantasse um conflito entre •o Poder Executivo e o Parlamento.

Havia, portanto, uma razão constitucional para a pedir.

É claro quo se nós amanhã formos ^convidados para formar Governo, não vamos pedir ao Sr. Presidente da República a dissolução imediata.

Mas, se o Parlamento era qualquer altura tiver um conflito com o Poder Executivo, nós nesse caso pedimos a dissolução, porque não podemos ir exercer o Poder sem que, nos dêem as garantias -constitucionais desse exercício.

Quanto à acção do Ministério do Interior, devo dizer a V. Ex.a que nós não pedimos que ele seja a nosso favor, mas pedimos, e exigimos até, que ele não seja -contra nós.

Eu posso citar a V. Ex.a casos nume-Tosíssimos de uns recenseamentos desa-íparecerem .sem que o Ministério do Inte-TÍor tenha tido contra esses verdadeiros -criminosos, que subtraíram esses recenseamentos, a mais pequena sanção.

O Sr. Artur Costa (em aparte):—É só ,o Poder Judicial.

Q Orador: — Não é só o Poder Judicial, porque há funcionários dependentes do

Ministério do Interior coniventes nesses

crimes.

. Aqui tem V. Ex.a as explicações quo

eu neste momento queria dar.

O Sr. Querubim Guimarães: — Sr. Presidente: deste lado da Câmara já falou quem de direito lhe competia, o meu ilustre correligionário e querido amigo, distinto leader deste lado da Câmara, o Sr.. D. Tomás de Vilhena.

Se, porém, me permito usar da palavra depois do S. Ex.a ter traduzido o sentimento .da minoiia monárquica, com palavras de muita elevação e com muita graça, como é costume e peculiar do seu espírito, ter dito o que entendia dever dizer acerca da situação política de momento, foi porque desejaria que o Sr. Presidente do Ministério, quo nós todos conhecemos de outros tempos, não muito longe, tam curta é a vida ministerial dos Governos da República. S. Ex.a conseguiu arranjar já uma forma diversa daquela em quo vivia anteriormente para responder concretamente às preguntas que lhe eram dirigidas.

Convenço-me de que, apesar deste curto tempo de ostracismo político do Sr. António Maria da Silva, ainda não se modi--ficou essa faceta especial do seu espírito como devia ser.

V. Ex.a, que é um engenheiro, educado portanto em sciências muito positivas, transforma-se quási sempre num destes meus colegas pró visionários, um dos mais hábeis na rabulice. Desculpe V. Ex.a que eu use esta frase pouco parlamentar, mas que é, nem mais nem menos, uma verdade que eu podia dizer por outras palavras.

S. Ex.a conseguiu, com a sua inteligência, que é viva P scintilante, afastar-se do perigo com habilidade característica, e portanto deixar ficar toda a gente suspensa numa resposta que jamais virá.