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Sessão de 7 e 8 de Julho de 1925

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a situação em que ele se encontra, esse facto merece uma atenção muito especial. . O Sr. Presidente do Ministério dirá, se o pode dizer, qual a razão ou quais as razões por que não conseguiu colaborador militar para a pasta da Guerra.

Mas S. JBx.a foi encontrar para a pasta da Marinha um colaborador num distinto oficial da armada.

Não compreendo .como S. Ex.a não conseguiu ou hão procurou conseguir' para trabalhar na pasta da Guerra um oficial dos- tantos oficiais distintos que conta o exército português.

Esta nota tem talvez uma característica muito de melindre. Não sei.

. O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Guerra (António Maria da Silva) (interrompendo}'.— Não tem melindre nenhum, não esteja V. Ex.a preocupado. Eu responderei depois a V. Ex.a

O Orador: — O Sr. Presidente do Ministério, com a autoridade que lhe vem do lugar que ocupa, falará de maneira a tranquilizar a opinião pública do país, que se sobressalta com essas pequenas cousas.

Nós somos um pouco o México do ocidente; andamos a cada passo embrulhados todos em movimentos revolucionários.

Por mal, por bem; mal organizados, bem organizados, mas tem sido esta a vida do regime.

O que é certo é que perante essas circunstâncias o Sr. Presidente do Ministério tem obrigação de esclarecer e de di-zor, de modo a tranquilizar a opinião pública, por que não tem a seu lado um oficial do exército.

Já que estamos a falar da pasta da guerra, pregunto ao Sr. Presidente do Ministério o^que tenciona S. Ex.a fazer a respeito do volume de despesas que representa o exército.

Sr. Presidente: nós não podemos deixar de atender às circunstâncias em que se encontra o funcionalismo civil e o funcionalismo militar; nós não podemos.deixar de atender as justas reclamações de todo o funcionalismo, dos funcionários militares, que dizem estar numa situação de

inferioridade em relação a outros funcionários civis.

Mas há tanto tempo que se impunha a obrigação de fazer uma regular e metódica reforma, dentro da organização do exército, de modo a habilitar o país a ter um exército suficiente para a sua defesa, e não uni exército que não significasse um poder de defesa absolutamente seguro, dentro do menor sacrifício possível, para o Tesouro Público.

Também aqui foi tratado o assunto pelos Srs. Augusto de Vasconcelos e Roberto Baptista, que se referiram aos oficiais, implicados' no movimento de 18 de Abril. . .

O Sr. Presidente do 'Ministério não disse sequer uma palavra a tal respeito.

£ Quando é que o Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Guerra consegue apresentar a julgamento esses oficiais do exército ?

É absolutamente preciso que se apresse a instrução dos . processos e se faça um julgamento à luz do dia, em que todas as verdades possam ser ditas em defesa desses homens.

, O Sr.. Ministro da Guerra certamente irá dar as suas ordens nesse sentido.

Fala o Sr. Presidente do Ministério do problema das estradas.

Estou inteiramente convencido de que o Sr. Gaspar de Lemos, ilustre Ministro do Comércio, breve irá outra vez para a sua terra, a formosíssima Figueira da Foz, mas irá de comboio, porque, se fosse de automóvel, teria o desgosto de se encontrar na mesma situação difícil em que toda a gente% se encontra quando viaja pelas estradas de Portugal.

Também seria conveniente —r não vai nisto desprimor para o ilustre exilado do Paris — que. de uma vez para sempre acabasse o interessante quadro de revista do ano, que aparece a cada passo, quando há uma -crise ministerial: manda-se um. pombo correio a Paris saber se S. Ex.a poderá vir tomar as rédeas e ás respon-sabilidades do Poder.

Para sossego desse homem, que se tem sacrificado tanto pelo país, e que se está ainda a sacrificar, tam enormemente, longe da sua pátria, que não sei como haja arcaboiço humano que possa arcar com tanto, acabe-se com isso.