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Sessão de 7 e 8 de Julho de J9'J5

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forma que recordamos sempre com saudade essa colaboração.

O facto de iiós termos processos administrativos diversos não obriga nenhum dos membros das duas casas do Congresso a dar a sua colaboração a medidas que são úteis ao País.

Tive em' 1913, no Senado, a natural oposição, mas ainda hoje me recordo com saudade da forma como o Senado me tratou e até uni dos mais vivos combatentes dessa época, o Sr. José de Freitas, várias vezes chamou a atenção da Mesa para o íactb das minhas propostas serem, em geral, votadas por unanimidade, porque elas só tinham em vista o bem da Nação, e sempre que aqui apareço como Chefe do Governo ou simples Ministro, não faço senão arrepender-me de na moção que apresentei, a quando das Constituintes, defender o sistema unicamaral.

Mas o Senado desde então até agora tom procurado sempre, com o maior patriotismo e a máxima abnegação, afagar quaisquer asperezas das leis e tem prestado grandes serviços à República, e por isso, se eu hoje tivesse que discutir a Constituição, certamente teria opinião diversa da que então sustentei.

E não se imagine que eu digo isto unicamente para mimosear o Senado.

Não, Sr. Presidente, era a minha obrigação, vindo de novo ao Senado, conhecendo as suas tradições e a maneira como me tem tratado e aos moas ilustres colaboradores, recordar o passado, porque se a não fizesse praticaria um-crime de lesa cortesia e ainda porque estou convencido de que não será no Senado que este Gro-vôrno poderá sentir-sé entibiado na sua acção política, visto ter a certeza de que tem a colaboração de todos os lados da Câmara, inclusive dos seus antagonistas mais ferrenhos, ou sejam os representantes da causa monárquica.

Haja em vista o Sr. D. Tomás de Vi-Ihena, meu velho amigo, e. que, através da sua fina ironia, evidenciou bem a sua dedicação e os seus processos, que só fazem com que S. Ex.a seja estimado por todos nesta casa do Congresso (Apoiados), e também por todos os republicanos.

Apoiados.

O outro meu velho amigo, Sr. Augusto de Vasconcelos, fez a história de

várias crises, lamentando - diferentes incidentes políticos.

Nem Y. JEx.a, Sr. Presidente, nem o Senado, nem mesmo ôsse meu velho amigo pretenderão que eu os acompanhe nas suas considerações, porque neste lugar eu não posso degladear-me seja com quem for. Não é essa a função de um Presidente do Ministério, que tem de estabelecer relações íntimas com o Parlamento.

De resto, eu sou parlamentar, e por isso desejo que o seu prestígio se eleve.

Se eu entrasse em lutas políticas, mal iria e ninguém me poderia absolver desse crime político, porque realmente seria uni crimo político.

Mas, através da análise do Sr. Augusto de -Vasconcelos; de que a final eu não tenho de me queixar, porque foi sempre meu velho amigo e só dirigiu elogios às pessoas que colaboraram comigo nessa época e a outras que facilitaram a resolução de alguns problemas, através das palavras de S. Ex.a, houve como que uma crítica ao cidadão que ocupa as mais elevadas funções no Pais.

S. Ex.a o Sr. Presidente da República não convidou o eminente homem público Dr. Afonso Costa, para formar gabinete.

O Sr. Augusto de Vasconcelos : — Não me referi a esse assunto.

O Orador: — S. Ex.a encontrou-se por vezes perante uma confusão política e em face de um xadrez parlamentar de que o •Partido Republicano Português não tem culpa, mas que lhe dá ainda a primeira representação dentro da República.

O Sr. Augusto de Vasconcelos há-de fazer-me a justiça' de crer que eu não pretendo ocupar • lugares que pretencem ao Partido Republicano Nacionalista, porque, se o quisesse fazer, praticava um dos maiores erros.

Nós necessitamos de Partidos fortes na República, e, se eu tivesse essa pretensão, o raio poderia cair-me em casa e não havia maneira de estabelecer nem o império da lei, nem a conveniência da Nação.

Era fácil o domínio do Partido Republicano Português.

O meu Partido não defende tal doutrina.