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Diário *dqs Sestões do Senado

penhor coei aquele desassombro e dedicação que lhe são peculiares.

Não quero deixar de me dirigir a três Ministros, a quem não me dirigi; s3o eles .os Srs. Ministro do Comércio, que é um. vrepubl:cano dedicadíssimo, carácter -elevado, conhecendo muito bem os assuntos da sua pasta; aproveito o ensejo para lhe dirigir os meus cumprimentos para me felicitar por S. Ex.a .ter aceitado esse cargo; o segundo é o Sr. Ministro do Trabalho, a quem não tenho"o gosto de conhecer pessoalmente, mas sei que S» Es.a é uma inteligência lúcida',, um belo carácter e conhecedor dos problemas que fazem o assunto da sua ;pasta; estou convencido que S. Ex.)l lhe há-de' dedicar .toda a sua atenção com aquela lúcida inteligência que lhe é peculiar.

Por último não poderei esquecer o Sr, Ministro do Interior," que- é um republicano bastante conhecido, que é uma inteligência de primeira grandeza e que conhece perfeitamente os assuntos az, sua pasta.

Por mim, e por este lado da Camará endereço os meus cumprimentos, desejando igualmente a S. Ex.as todas asprospe-ridades e uma larga vida ministerial. ,- O orador não reviu.

. O Sr. Pereira Osório; — Sr. Presidente: ainda convalescente de uma grave intoxicação que me ia custando a vida, 011 vou falar em condições físicas bastante difíceis.

Peço, por isso, desculpa à Câmara se jfôr um pouco moroso na minha exposição.

Sr. Presidente: trata-se do debate po-Jitico pela apresentação do. Governo, e o debate político, se não-estou em Grro, tem por objectivo saber-se em que condições se abriu a crise do Governo, antecessor e se .a solução dada é aquela que cevia ser, que as circunstâncias impunham, que as .condições constitucionais indicavam.

Como não vi. este ponto ser tratado pelo ilustre leader deste lado da Câmara, que. sem eu saber os motivos, mas talvez por não querer embrenhar-se em assunto tam delrcado e escuro, se limitou a fazer saudações aos diferentes .Ministros e algumas considerações sobre a declaração ministerial.

. Julgo, portanto, necessário apreciar este assunto.

Estava ausente de Lisboa quando mo chegou a notícia de que o actual Sr. Presidente do Ministério tinha apresentado uma proposta na outra Câmara contra-, riando a apresentada pelo Sr. Presidente do Ministério demitido.

vSr. Presidontç: devo dizer que, apesar .de ter falado o ilustre, leader deste lado da Câmara, pessoa que eu muito respeito, não me considero uin indisciplinado nas considerações que vou fazer, porque se trata de apreciar a demissão e a- crise dum Governo que. era. do.nosso partido, embora estivessem duas pastas entregues a pessoas ,a ele estranhas, porque tinha a presidir essa figura nobilíssima, pela sua inteligência, pelo seu saber, patriotismo, è. espírito de sacrifício, que era o Sr. Vito-rino .Gruimarães, a quem o último congresso partidário manifestou a sua alta consideração, dando-lhe a maior votação para o seu Directório. . =

Ora, tratando-se-de dois republicanos, homens altamente categorizados no meu partido, claro que se torna precis.o saber em que condições se abriu a crise, poí-quo se essa crise representa qualquer, cousa de desleal, de traição—.permita--se-me o termo—réu,, que,considero muito esses dois vultos, não posso estar ao .lado do actual Presidente do Ministério contra o Sr. Vitorino Guimarães.

Disse eu que me causou grande impressão essa contra-proposta apresentada pelo actual Presidente do .Ministériç, que era então leader na outra Câmara, reduzindo de seis duodécimos a um, e causou--me estranheza por .aquilo que se tinha. passado no nosso congresso, que deu ao Sr. Vitorino Guimarães as maiores provas de consideração, manifestando por forma insofismável o desejo de que se mantivesse o seu Governo, e ainda mais sabendo as relações de íntim-a. amizade que existiam entre p actual Presidente do Ministério e o Sr. Vitorino G-uimarães.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro, da Guerra (.António Maria da Silva):— V. Ex.a dá-me licença?.

Relações de íntima amizade que se mantêm sem a mais leve modificação.