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Diário das Sessões do Senado

não venho para aqui expender, o que eu venho é pedir ao Sr. Ministro do Interior — qne é incapaz de ser capa de miseráveis destes — o favor do lançar uns olhos misericordiosos para estas iní-lmias a propósito de evitar que um homem respeitável seja eleito nas próximas eleições, chegando a culpá-lo de uma tentativa de homicídio frustrado — j um homem que é reconhecido de todos como um homem honrado e incapaz de praticar tal acto l

Nem o Governo, nem a República, nem qualquer regime ganha em estar a lançar mão de meios tam repugnantes e condenáveis para ter qualquer sombra de triunfo.

Peço a V. Ex.as para transmitirem ao Sr. Ministro do Interior os factos que acabo de narrar.

São perseguições constantes, vive-se ali num mal estar geral e isto tudo por causa "de um homem que à última-hora se de-' clara republicano, nuas que, ainda há pouco, quando se tratou da eleição municipal, quis arranjar uma lista pseudo monárquica para combater a lista concelhia, que é aquela que hoje está gerindo os serviços municipais.

Tem cometido todas as barbaridades e violências políticas este homem que é .médico da câmara, e-como esta não lhe tem satisfeito todas as exigências, apelou para o delegado do Governo, armou om ferrabraz e vá de praticar as tropelias mais indecorosas-e miseráveis. >

Peço, pois, a V. Ex.a para comunicar ao seu colega do Interior, que é tmi homem de bem, as considerações que acabo de fazer, pedindo-lhe que tome as providências necessárias para que esse homem seja metido na ordem.

O orador não reviu.

O Sr.- Ministro da Instrução Pública (Santos Silva): — Ouvi as declarações de V. Ex.a e transmiti-las hei ao Sr, Ministro do Interior.

Devo contudo , asegurar a V., Ex.a que nem o Sr. Ministro do Interior nem o próprio Governo, doscjam ter qualquer espécie de interferência na luta eleitoral e, nesta conformidade, se es afirmações produzidas por ^ . Ex.a são verdadeiras, como creio, pode V. Ex.a estar tranquilo que providências serãp tomadas, pois o Sr. Ministro do Interiur é bem aquele

homarn digno a que S. Ex.a se referiu. . .

Foi aprovado o .requerimento do Sr. Ramos da Costa, para que seja-discutido-antes da ordem do dia o projecto de lei n.° 937.

O Sr. Fernandes de Almeida : — Tinha pedido a palavra para quando estivesse-presente o -Sr. Ministro da Instrução a fim de solicitar de S. Ex.a algumas informações.

Antes, porém, eu quero cumprir aquele dever, para mim gratíssimo, de lhe dirigir os meus sinceros parabéns pela sua. entrada no Ministério actual.

S. Ex.a é um digno representante do Porto neste Ministério e está nele bem, porque, sendo um velho republicano, um cidadão honestíssimo, líin médico e homem de sciência distinto e um abalizado professor, possui todas as qualidades para bem desempenhar as altas funções em que foi investido.

Trata-se de um velho amigo a quem muito devo, com quem procuro conservar ínfegxas e cada vez mais intensas as relações particulares, porque dele tenho recebido as mais altas provas de carinho e de afecto para todos o's meus.

Cumprido este gostoso dever, eu pedia,, pois, a S.-Ex.a me informasse do estado-em qne se encontra uma sindicância que foi ordenada e começada a fazer contra alguns dos professores do Liceu Camilo Castelo Branco em Vila. Real. :

Devo declarar que essa sindicância se vem arrastando e,xtraordinà.riamente,man-tendo-se separados do serviço esses professores, que são dos mais ,ilustres e distintos da sua corporação, e isto com prejuízo manifesto do ensino, dos alunos, do próprio Estado, e até dos próprios professores.

Pedia a S. Ex.a que, se pudesse encontrar-se habilitado a- dizer alguma cousa sobre o assunto., O'Afizesse e, se não .estiver habilitado, me. dissesse, dentro em pouco, quando estará. »