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Sessão de 7 e 11 de Agosto de 1925

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Radical, apresento os meus cumprimentos ao Sr. Presidente do Ministério e a todos os seus ilustres colegas, pessoas jade mim conhecidas, com algumas das quais eu mantenho até relações de amizade e por quem tenho verdadeira simpatia, não podendo deixar de fazer notar a presença neste Governo, de dois '-Ministros que fizeram parte do segando Ministério proveniente do movimento de-, 19 de Outubro, que são os Srs. Vasco Borges e Costa Cabral, .movimento que, mais uma vez aproveito a ocasião do' o dizer, foi norteado por ideas absolutamente honestas, absolutamente patrióticas, absolutamente republicanas, é .que tam caluniado foi por muitos daqueles que não queriam que és-, se movimento pusesse em execução essas ideas, por que podiam de qualquer maneira ser prejudicados nos seus interesses.

Como V. Ex.a sabe, Sr. Presidente, e sabe a Câmara, os homens que dirigiram esse- movimento foram altamente caluniados, servindo para isso os desgraçados acontecimentos que se deram nessa noite que ninguém mais do que nós os lamenta e sente.

O Sr. general Vieira da Rocha, que faz parte deste Governo, pode testemunhar se empregámos ou não-todos os meios para que esses acontecimentos se -não dessem. .

Desde essa ocasião eu fiquei tendo uma grande admiração pelo Sr. Domingos Pereira.

Algumas palavras lhe ouvi no Ministério do Interior que me levaram à convicção de que S. Ex.a não era daqueles que faziam coro com os que nos caluniavam.

Sr. Presidente: Quando fui convidado para ir a Belém dizer ao Sr. Presidente da Eepública o que o meu partido pensava sobre a solução da crise, manifestei a opinião que se devia organizar um Ministério com o carácter de verdadeiro Governo Nacional, que pudesse ser apoiado por todos os republicanos filiados ou não nos partidos constitucionais, presidido por uma pessoa que tivesse prestado ao País os mais altos serviços, com capacidade intelectual e moral para o alto cargo a desempenhar.

Indiquei para esse cargo o Sr. Bernar-dino Machado.

O mesmo já eu tinha dito quando da

crise proveniente da demissão do Governo da presidência do Sr. Vitorino Guimarães.

Se nessa ocasião já havia fortes motivos para esta opinião, muito mais os há agora. , - .

O que 'é verdade é que eu não vi que o Sr. Bernardino Machado tivesse pelo menos sido consultado, se aceitaria ou não o encargo de organizar Governo.

Não foi só o Partido Republicano Radical que indicou S. Ex.a, mas, segundo me consta, também o fizeram u Acção Republicana e o grupo parlamentar da esquerda, democrática. E como o Partido Nacionalista por ocasião da última eleição presidencial votou em S. Ex.a, e o Partido Democrático, no seu último Congresso a exemplo do quê já tinha sucedido no Congresso, do Partido Radical, votou para que o Sr. Bernardino Machado fosse um dos três importantes vultos a eleger nas próximas eleições, concluo que S. Ex.a tinha em seu favor a unanimidade ou quási unanimidade de opiniões.

Portanto, não compreendo porque é que não se incumbisse o Sr. Dr. Bernardino Machado da -organização do Governo.

Sr. Presidente: vi nos jornais que foi primeiramente convidado para organizar o Governo o Sr. general Bernardo Faria, que declarou não aceitar esse honroso encargo, -tendo sido convidado, então o Sr. Pedro Monteiro que, passado tempo, declinou.

Em seguida foi encarregado de organizar Ministério o Sr. Domingos Pereira-.

E S. Ex.a sem dúvida alguma um vulto da Repúb.lica que pelo seu passado republicano, pela^ sua conduta e pela sua inteligência, nos^ deve merecer toda à consideração.

Pretendeu S. Ex.a organizar Ministério com a característica dam Governo nacional.

Era esse o desejo de S. Ex.a e, segundo me - consta, do Sr. Presidente da República.;