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Diário das Sessões do Senado

gante linha moral de S. Ex.s, os seus dotes de inteligência e os serviços que tem prestado ao seu País. sobretudo na presidência da Câmara dos Deputados e no Ministério dos Negócios Estrangeiros. • - - -

Tenho entre os Ministros que S. Ex.a escolheu ulguns amigos.

Por eles professo admiração, devido* aos dotes que têm demonstrado pela vida pública fora e no exercício de cargos importantes da República.

Figuram nesse Governo dois membros do Senado, que têm a estima o o apreço do todos os lados da Câmara (Apoiados), o .a quem apresento em especial os meus cumprimentos. -

Por todas estas razões, eu desejaria apresentar ao Sr. Domingos Pereira, . cumprindo com a velha praxe parlamentar, as minhas saudações sem nenhuma espécie de reserva.

Não o posso, porém, fazer, porque em nome do meu Partido tenho de afirmar ao Sr. Presidente do Ministério qne o recebo c#i atitude da mais franca oposição, atendendo às circunstâncias em qne foi constituído o seu Governo e à forma como se produziu a crise ministerial e como ela foi resolvida.

Esto Ministério foi constituído sob a bandeira da conciliação.

Constituíu-se o Ministério para conciliar eu não sei bem o quê.

Já vou apreciar.

Constituíu-se, sobrettído, o Ministério, porque o Sr. Domingos Pereira era o último cartucho do Sr. Presidente da República.

Ora, nem uma nem outra razão são, quanto a mim e quanto.ao meu partido, de aceitar para a sua constituição.

& Porque é que a bandeira da conciliação não constitui para o Partido Nacionalista um estandarte a que ele se possa acolher ?

Porque eu pregunto a mim mesmo,

<_ p='p' que='que' conciliação='conciliação' representa='representa' ò='ò' nacionalista='nacionalista' e='e' governo='governo' partido='partido' entre='entre' o='o' democrático='democrático'>

j^u não vejo bem que espécie de conciliação se pode fazer entre o usurpador e o usurpado.

Éramos nós que, constitucionalmente, devíamos estar nesse lugar.

A crise devia ter sido resolvida pela chamada ao Poder do Partido Nacionalista. ^

Eira essa a indicação nítida da Constituição num regime parlamentar.

Em vez .disso, o Sr. Presidente da República encarregou- o Sr. Domingos Pereira de resolver a situação, o este ilustre homem público, após largas canseiras, foi ocupar um lugar que nos pertencia.

De maneira que, conciliação entre o Partido Nacionalista e o Governo, não a vejo fácil, nem possível.

Conciliação entre bonzos e canhotos, digamos assim, porque a expressão passou já ao domínio parlamentar.

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Já o disso aqui nesta casa uni dos nossos mais ilustres colegas, que esses dois grupos representavam duas mentalidades diferentes; e, se assim é, não vejo fácil a conciliação entre eles.

Eu não creiOi muito qne sejam duas mentalidades diferentes.

Creio antes que a razão de todas as divergências é querer o Sr. José Domin-gues dos Santos, chefe de um dos grupos e mais novo, ocupar o lugar que dis-fruta o Sr. António Maria da Silva, mais velho e com mais direitos.

Tudo se resume nisto, porque as famosas ideas radicais que o Sr. José Domin-gues.tíos Santos teia propalado por esse País fora, à luz do sol, como S. Èx.a diz, desapareceriam facilmente se o Sr. José Domingues (ios Santos fosse ocupar a situação que no Partido Democrático tem o Sr. António Maria da Silva.

De maneira que não creio nas duas mentalidades, mas creio na irredutibilida-de dos dois grupos, na tenacidade dos seus dirigentes e creio na impossibilidade de se realizar 'essa conciliação, porque um dos grupos, uma das facções, tem votos e a outra não tem e V. Ex.a não pode, por maiores desejos que tenha de conciliar essas duas correntes, dar a uma o que ela não tem, para a conciliar com a outra.

Conciliação, então, entre quem?

Conciliação j então, entre quê?