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Sessão de 7 e 11 de Agosto de 102&

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Tenho uma grande fé nos destinos da minha Pátria e no meu Partido.

Não tenho receio nenhum de que ele desapareça ou que sofra pôr virtude das intrigas políticas, ou das más decisões contra ele tomadas.

Tenho a certeza1 de que o meu Partido há-de ocupar o seu lugar e que a nova etapa da República se iniciará pela eleição do Partido que nos há-de trazer à tranquilidade que até agora não pudemos conseguir e aquela maioridade política a quê estamos chegados.

Renovados os meus cumprimentos ao Governo e definida a atitude do meu Partido, eu desejarei que o Governo levo a •bom termo a difícil missão de que foi encarregado. -••-•••• • - '.

O Sr. Silva Barreto :— Roqueiro que seja consultada a Câmara sobre se consente que seja prorrogada a.sessão nté.se éon~ ciuir o debate em discussão. -

i consentido. '• -

O Sr. D. Tomás de Vilhena :— Sr. Presidente: nesta hora bastante sombria da nossa vida política, • não me parece que seja de: bom gô'sto dar os parabéns ao Sr. Domingos Pere.ira, por ter empunhado as rédeas da governação do. .Estado, como antigamente se dizia: . • 'Em tais circunstâncias, defrontar-se^com tamanhas dificuldades, representa um" sá-- crifício. . • •

E .qnem, como eu, calcula a gravidade dessas responsabilidades, não pode deixar de acompanhar ;S. Ex.a, emfim, com urna certa ternura, por ver o grande sa-.crifício que\o. Sr. Domingos Pereira se impôs, inspirado na. convicção de que poderia prestar um grande serviço à sua Pátria. -\ • • • .*. •; --• •-..-.

Respeito. -muito a sua resolução, mas se •não lhe- dou . os meus parabéns, - venho cumprimentar S. .Ex.a, como é da praxe -parlamentar, '6 a-.íodos os seus colegas de gabinete. . . . -

O Sr. Domingos Pereira, como presidente da Câmara dos Deputados, mani^ festou qualidades, de imparcialidade que lhe fazem muita honra. , '• '. -•

Estou convencido de que S. Ex.a contir nuará a manter essa mesma imparcialidade nesta hora em que -as paixões se entrechocam. . -"...

Dos sous colegas do' Governo, a oito já eu tenho dirigido por variadas vezes, individualmente, os meus cumprimentos, e .por consequência seria agora desnecessário reiterá-los, apenas dois que pela primeira vez nos aparecem e que são como que1 o elenco do Ministério, os Srs. Ministros das Colónias e do Trabalho. " O Sr-. Ministro das Colónias é filho do meu saudoso examinador de introdução às 'sciências naturais, exame que eu íiz há •quarenta e cinco anos. •

Era o general Pedro Eusébio Leite homem respeitável, de grande bondade, de espírito de justiça. . • •

Ele fazia parte de uma plêiade de professores- que honravam o ensino, embora •nessa, época não sé: falasse tanto em pedagogia.

Dessa plêiade. fizeram parte professores como Pinto Leite, Caldas Aulete e outros que fizeram, levantar, o professorado secundário a uma grnnde elevação.

• . O Sr'. Costa Cabral faz-me lembrar seu avô, um dos valtos de maior relevo no •período do-constitucionalismo. ' -: ' •

A última vez que o y i foi num. sarau em casa do Ministro da Áustria: •

Preguntou me;por meu pai.

Respondi-lhe: sempre seu fiel partidário. '

Retorquiu-me: j é o único que me resta ! . No meu. entender Costa Cabral foi a primeira figura de estadista do regime constitucional. •

Tinha" qualidades de energia, conhecimento dos homens-, que muitos dos Srs. Senadorss não tiveram. ' , E quando entendeu qne a sua missão estava .cumprida, por que a missão dos homens públicos não se pode tornar eterna, por que o povo, por maiores-que sejam os serviços prestados por esses homens, em chegando a certa altura necesv sita de outros, O Marquês de Tomar teve essa intuição e retirou-se para a diplomacia. • .

• Em Roma, manteve uma situação excepcional, lidando com os mais eminentes diplomatas de-então. • '

< Estimarei por isso que S. Ex.a se desempenhe do • seu cargo à altura' do seu nome. , , •