O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

12

Diário "das Sessões do Senado'

mós as propostas apresentadas por Governos anteriores, como as reformas da armada e da educação nacional e outras medidas pendentes do exame do Parlamento. Ootrossim elaboraríamos as propostas tendentes a aumentar a eficácia de outros serviços públicos, correspondendo à necessidade de promover o regresso dos vários órgãos do Estado à plenitude da sua acção de fomento e orientação e -de os tornar aptos para a obra de reconstrução nacional a efectuar. Seja como for, não perderemos de vista, contudo, o objectivo máximo de atingir o equilíbrio orçamental, .suprimindo as .despesas adiáveis, aperfeiçoando a cobrança das receitas, procurando desenvolver a capacidade tributária da Nação.

Estão, deste modo, claramente definidos os objectivos e os processos a empregar pelo Governo: pacificar na ordem política ; mbraiizar e melhorar na esfera administrativa; reconstruir, de acordo com a experiência e por'meios scientífiços, no campo económico como no social— eis., em síntese, o que desejamos e pretenderemos realizar.

Estamos certos de que o patriotismo de todos e o ardente republicanismo da grande maioria da Câmara nos auxiliarão sem nos proteger, nos fortalecerão sem deixarem de nos criticar, colaborando assim o .Parlamento com o Governo na realização deste desígnio comum': — bem servir a República para honrar Portugal.

Sala das Sessões, 5 de Agosto de 1925.— O Presidente do Ministério e Ministro do Interior, Domingos Leite Ps-mVa».

O Sr. Silva Barreto: — Sr. Presidente: quando entrei nesta sala recebi uma carta do Sr. Catanho de Meneses pedindo-me que eu tivesse a honra de receber o Governo, porquanto não podia comparecer por motivo de ter de ir acompanhar à Madeira, cujo clima era indicado, uma pessoa íntima da família.

Embora eu tenha de falar, com grande prazer., em nome do Partido Republicano Português, é certo que o não posso fazer com aquele brilho, com aquela carrecção que é de uso ver-se no Sr. Oatanho de Meneses.

Direi aquilo que suponho ser o modo -de ver do Partido Republicano Portu-

guês, embora não tenha tido o tempo necessário para me preparar, dada a responsabilidade de quero, fala em nome dumr partido.

Não deixarei, todavia, de frisar alguns dos pontos exarados na declaração ministerial e ao mesmo tempo emitir .a minha opinião pessoal a respeito da obra imensa que-ainda há a fazer dentro do regime republicano democrático, obra que, infelÍ2-mente, dadas as sucessivas crises, tem. estado parada, e no entretanto é necessário que ela prossiga naquela marcha> ascensional cujo início teve depois de implantado o regime em 5 de Outubro de-1910.

Sr. Presidente: a declaração ministerial apresenta, de facto, o Governo sob o-aspecto restrito por que ele foi organizado, principalmente para arrecadar aã receitas públicas, fazer obra de administração e, porventura, presidir ao acto eleitoral. , -

A declaração ministerial é sucinta, mas-tem, -quanto a mini, esta grande característica reflectindo a modalidade do. Governo: é escrita em português, isto sem; de forma nenhuma, com esta afirmação,, querer dizer que outras o não tenham, sido.

O Sr. Presidente do Ministério—^quenr o não conhece na República Portuguesa?— é um cidadão que desde muito novo à República tem enfeudado o melhor dos seus esforços, servindo-a com aquela galhardia que ó própria de quem tem um senti-mento arraigadamente republicano, come* em vários lances da sua vida o tem manifestado.

Dizer-se mais qualquer cousa do que' estas suscintas palavras a respeito do-Sr. Presidente do Ministério seria, porventura, intentar esclarecer em demasia o que por sua natureza é claro e evidente.

Sr. Presidente: se o Governo que se-senta naquelas cadeiras- conseguir presidir às eleições—votos que eu faço nesse-sentido — este lado da Câmara tem a certeza de que está a presidir ao acto eleitoral um homem com aquelas qualidades de; abnegação e desinteresse dos homens que bem querem servir o regime.