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jSessão de 7 e 11 de Agosto de Í92ô

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sem de respeitar o direito de voto, indo .até o ponto de -exonerar todas aquelas -que não cumprirem as instruções que lhes .sejam dadas.

•Por mim estou certo de que o acto elei-...toral, a que S. Ex.a vai presidir, há-de •oferecer toda a garantia.

O Ministério do Interior não é hoje o que era no velho regime e não o é por-•que a descentralização embora . parcial

Há sobretudo dois pontos concretos que •o Governo no seu programa tem a executar : o da arrecadação rigorosa e legal •das receitas públicas — matéria' de administração financeira — e ao mesmo tempo presidir ao acto eleitoral.

Sr. Presidente: na pasta da Agricultura está um cidadão republicano que a todos oferece garantia pelo seu passado republicano de sempre que à República áem dedicado o melhor dos seus esforços no sentido de a popularizar e tornar -amada de todos.

Pena é que S. Ex.a não tenha, porventura, o tempo necessário para conseguir introduzir nesses serviços os melhoramentos que lhes são indispensáveis, pois, •Sr. Presidente, hoje, a pasta da Agricultara é aquela de que pode derivar a riqueza pública.

Nós não temos trigo suficiente senão «quando o tempo permite de facto que a colheita desse cereal seja bastante para •ocorrer a 3/4 das necessidades do consumo.

Mas,.esse facto só acontece de 4 em 4 -ou de 5 em 5 anos, sucedendo a maior iparte das vezes não termos trigo senão cara 3 ou 4 meses, porque ainda não conseguimos que o nosso lavrador se desprenda dum lucro excessivo alcançado com outras culturas, para se dedicar à cultura desse cereal.

Isso, Sr. Presidente, constituiria uma (fonte de riqueza para a Nação e o estan-camento por esgotamento dum caudal de ouro para o estrangeiro.

Não podemos fiar-nos apenas nos acasos da natureza; é necessário que o la-

vrador tenha em conta os processos scira-

ctíficos para assim se acabar por uma vez

esse caudal de ouro para o estrangeiro.

Sr. Presidente: na pasta do Trabalho está um novo.

-• Por essa pasta corre um problema vastíssimo, como é o da Assistência.

Certamente que o seu titular também não terá tempo de executar quaisquer planos que tani necessários são.

Se bem que a República muito tinha feito sobre assistência, precisamos de confessar que essa obra ainda está muito longe de atingir aquela perfeição que é necessária.

Em matéria de instrução está também nesse Ministério um novo, que ainda há pouco recebeu a consagração duma das nossas primeiras Faculdades universitárias, de Lisboa, consagração a que ê*te lado da Câmara se associa, porquo ela é a confirmação do trabalho e do talento do homem que, mais uma vez, preside aos negócios de instrução pública em Portugal.

Mas S. Ex.a,, um homem viajado, sabe muito bem que, em relação ao problema educativo, estamos numa função negativa, porque a República nfm sempre -tem sido bem servida pelos educadores nacionais.

Custa-me fazer esta afirmação, mas é necessário que .o educador português seja um homem do seu tempo, que a República dê todos os ^eus esforços, de modo que da educação nacional venha todo o nosso progresso.

Na pasta do Comércio está um homem que já a tem ocupado por várias vezes.

É um novo também, e a República não deve «er servida com velhos, sobretudo velhos não na idade, mas nas ideas e nos processos.

É necessário que todos sejamos novos na resolução dos problemas de que do-pende a regeneração da pátria portuguesa.

O Sr. Ministro do Comércio é um novo, repito. Conheço em parte a sua actividade e as suas grandes faculdades de trabalho que é-necessário serem empregados para proporcionarem, melhores dias à nossa Pátria.