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Sessão de 7 e 11 de Agosto de 1925

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minhas notas palavras que eu não tivesse ouvido.

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É que Y.. Ex.a estava falando contra a saa consciência.

• De maneira que, quando se está desempenhando um papel como V. Ex.a desempenha, aliás brilhantemente, mas contra a nossa maneira de pensar * e a nossa consciência, esses deslizes são possíveis e fáceis.

Foi com viva satisfação que eu notei essa declaração do S. Ex.a, porque ela ó a manifestação de que S. Ex.a, representando o Partido Nacionalista, tem esperança de que o Governo, pela sua acção e não por mim, mas pelas pessoas que o compõem, pode efectivamente restabelecer a tranquilidade do 'País.

S. Ex> o Sr. D. Tomás de Vilhena está inteiramente de acordo comigo.

Peço a S. Ex.a que não se ria, porque estas minhas palavras são a reprodução fiel e exacta do qíie eu sinto.

S. Ex.a pensa que eu continuarei a manter aquela imparcialidade que.demonstrei como Presidente da Câmara dos Deputados, fazendo justiça a todos, reconhecendo a todos os seus legítimos direitos ^não me ferindo* com. divergências. - Eu correspondo aos desejos de S. Ex.a com a afirmação de que muito folgarei em sair daqui como saí da Presidência da Câmara dos Deputados, de maneira a que os meus erros não possam nunca ser levados à conta de propósito de errar, demonstração de má fé ou de vontade de mio cumprir o vmeu dever de imparcialidade.

.É claro^qae. como Presidente da Câmara dos Deputados, pratiquei muitos erros, mas pratiquei-os sem deixar no espírito dos Srs. Deputados a impressão ou a noção de que o tinha feito de propósito. "

No Governo tal .qual procederei. Bem sei que neste lugar é mais difícil, mas os erros- que eu aqui praticar não serão senão erros de um. homem falível.'

Disse também o Sr. D. Tomás de Vilhena, analisando a composição do actual Ministério, que á desordem e a preocupação -em que vivemos, resultam dos homens, estranhando mesmo que, para com este Ministério, tivesse havido uma expec-

tativa que nã'o se tinha dado com o anterior e dizendo que era tudo uma questão-de homens e até de homem. • '-Não é bem assim-!

' Talvez que desta vez se acordasse na necessidade —e isto porque eu vim depois, porque se tivesse vindo antes, tinha--me sucedido ó mesmo que aos meus antecessores.— se acordasse, digo, na necessidade do restabelecimento dos princípios, porque, se o fizermos, restabeleceremos a tranquilidade-.

Õ Sr. Tomás de Vilhena:—Apoiado, apoiado.,

O Orador:—Peço a V. Ex.a, Sr.-Presidente, desculpa de estar s.endo demasiado extenso, 'mas vou já terminar pedindo aos Srs. Senadores que se seguiram àqueles a quem já respondi, que me relevem o ser menos desenvolvido nas respostas que lhes der. -

- Keíeriu-se ainda o Sr. D. Tomás^de Vilhena à questão tributária, pedindo ao Govêno que pusesse nela a sua maior atenção.

Falou também na questão colonial, & disse que o principal fundamento com que se justificou a nossa intervenção na guerra tinha- sido a manutenção do nosso império colonial. '

A 'este respeito tenho a -dizer que o Governo não deixará de estar absolutamente vigilante para que ó nosso império colonial não • sofra1 sequer uma sombra de ataque. ' ' "- "•• '

'Disse-o na outra Câmara que o Governo procedendo assim cumpria o seu dever, mas o ^que é necessário é que ele tenha atrás de si todo o País, sem distinção de cores políticas, para que o Governo possa ter força.

Ao Sr. Lima Alves, que falou em nome do grupo Acção Nacional Kepublicana, agradeço a afirmação de que, sendo este Governo praticamente um Governo de conciliação, de que de algum modo já deu provas; ele terá' o apoio desse mesmo grupo, .embora estratíhasse que, tendo eu sido encarregado 3de -formar ^um Ministério de conciliação, ele tivesse; sido composto da maneira como se apresentou ao Parlamento. •'