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Diário das Sessões do Senado

cançar a conciliação, mas sim DOS seus actos. Desta sorte, a Ação Republicana, que está para com o Governo nama expectativa tam benevolente, que eu agradeço, repito, não terá de se arrepender dessa sua atitude de benevolência ao verificar os actos praticados pelo Governo, visto que a Acção Republicana não lhe texige tsenão o justo respeito pelos seus direitos.

Em seguida falou o Sr. Dias de Andrade, ein nome da minoria católica, e até fazendo uma referência ao discurso do Sr. D. Tomás de Vilhena, porque S. Ex.a esqueceu-se de que no Senado a minoria católica tinha representação, à qual compete fazer a defesa das liberdades da Igreja.

É \porquo S. Ex.a ó um católica; é o que Si, Ex.a me vai dizer.

Sei isso muito bem, porque conheço S. Ex.a há muitos anos; mas, não obstante isso, S. Ex.a não tem aqui uma delegação tam expressa como compete à minoria .católica.

Mas acho muito bem que tanto a minoria monárquica como a católica procurem defender os interesses da Igreja.

Não produzirá isso o resultado de o Centro Católico Português considerar que só dentro da monarquia é que as liberdades da Igreja podem ter satisfação.

A República tem acentuado o seu respeito pelas liberdades dos católicos, e eu, pessoalmente, não tenho praticado actos que possam de qualquer modo justificar da parte dos católicos portugueses uma apreensão a respeito de qualquer intenção de os prejudicar.

A República, felizmente, vai entrando numa fase em que vai perdendo a preocupação de que a Igreja, vivendo com liberdade em Portugal, pode tornar-se-lhe hostil.

Ninguém hoje tem essa preocupação.

E m quanto a Igreja se restringir, em-quanto considerar que o seu papel é apenas o de esforçar-se por uma obra crescente de respeito em roda dela, por obra crescente de/respeito pelos seus direitos, não há ninguém que possa pedir a Governos da República a sua perseguição.

E, como ela não tem outras ambições, os Governos da República não têm ultimamente posto nenhuma espécie de apreen-

são no espírito dos defensores da Igreja católica em Portugal.

E é ver como o Episcopado, colectivamente, ' em mandado respeitar os Poderes constituídos, na crença verdadeira em que 'está de que o respeito mútuo entre a Igreja o os Poderes do Estado não pode deixar de constituir uma grande obra de paz.

.Não pode, pois, partir de rnim a mais pequena frase que vá ferir as suas liberdades de expansão dentro do campo re-public&no.

Ninguém em Portugal pede isso!

O Sr. Augusto de Vasconcelos:—Excepto os canhotos...

O D. Sr. Tomás de Vilhena:—Estimamos isso muito e louvamos êsso procedimento.

O Orador:—Por consequência, posso afirmar, em nome do Governo da República, embora não tenha a categoria necessária para o fazer, que, quanto a liberdades religiosas, as legítimas, não haverá ninguém que peça ao Governo que as coacte, que a"s deminua ou que as negue. •

Creio que estas palavras são suficientes para a este respeito tranquilizar a minoria católica e o Senado.

O Sr. Ramos de Miranda dirigiu as suas saudações ao Governo, em nome do grupo parlamentar da esquerda democrática, o qne agradeço também.

Disse S. Ex.a que.esperava que o Governo presidisse ao acto eleitoral com toda a imparcialidade.

S. Ex.a já ouviu as minhas palavras a este respeito, e não posso senão dizer que em relação ao grupo parlamentar da esquerda democrática não posso ter outras disposições.

Quando constituí Ministério notei que, a presidir às eleições, nestas se.deviam manifestar à vontade todas as correntes de opinião. Ninguém me pediu que enveredasse por este caminho.

Muita, cousa se diz que não ó verdadeira.