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Sessão de 7 e 11 de Agosto de 1925

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lista fizera igual declaração e porque já antes sabia que tal declaração ia ser feita^ pois tinha-se tido para comigo, a benevolência de.mo dizer.

Um Governo sem oposição é um Governo séin estímulo. O Ministério não se assusta com a oposição do Partido Nacionalista, não porque eJa não possa ser feita nos termos dó maior brilho, do maior vigor e da mais cerrada e- incisiva argumentação, visto q.ue. os representantes dGsse partido, .tanto nesta como na outra casa do Parlamento, são pessoas de alto talento e capazes de embaraçar a vida do Governo, mas porque estou certo de que essa,oposição será feita dentro dos .superiores interesses da República. Os homens não são infalíveis e quando nós, apesar da boa intenção de não cometermos erros, o fizermos, o Partido Nacionalista apontárlos-há com patriotismo, olhan-^ do sem pré,ao bem da República.

O Sr. Augusto de Vasconcelos fez a declaração que rião é possível conciliação e que não sabe até para que é necessária a conciliação neste instante.

O Sr. Augusto de Vasconcelos (interrompendo) : — Considero-a necessária, mas impossível. ...

^O Orador:-

Será porque está aqui um Governo constituído ,por rnirn e por homens' que pertencem a um partido republicano e homens que não pertencem a partido nenhum. O Sr. ^Ministro das Colónias nem sequer pertence a qualquer partido político da" República, se bein que seja um velho republicano. Isto vai já como resposta ao ilustre Senador Sr. Ribeiro de Melo, em que S. Ex.a disse, que .um republicano, que um homem de bem como é o Sr. comandante ,Pereira Leite, um. oficial que tem. uma magnífica folha dê serviço, não podia aceitar o cargo do f Ministro da República se não sentisse dentro de- si uma chama 'para servir a República.

S. Ex.a o Sr. Ribeiro de Melo, que ó um homem moço, juvenil, eleva as suas considerações.a um'carácter de juventude e mocidade de arrebatamento, embora seja impulsionado pelas suas me-.Ihores intenções e desejo de defender a

República. S. Ex.a,há-de ficar tranquilo, vendo que um homem dê bem, que não aceitou o convite, que resistiu até a última act-.itação desse convite, .um homem que se conformou depois duma série de argumentos que lhe foram expostos em nome do País e da República, que se rendeu contra sua vontade, de ocupar uma pasta; esse homem não podia deixar dê ser republicano.

Mas não ^era uma ilusão; eu quando lhe pedi para ocupar aquela pasta já sabia que era uni velho republicano e, estou certo de que V. Ex.a, Sr. Ribeiro de Melo, vai ter um contentamento grande porque conheço as suas aspirações, o ardor -que S Ex.a tem pela República, e conheço sobretudo a antipatia.que S. Ex.a tem por tudo aquilo que cause agruras aos republicanos." Pois. fique S. Ex.a sabendo que o Sr, Pereira Leite foi substituído do lugar de- oficial no tempo de Sidóniò t Pais, e foi deportado porque tinha sido republicano e tinha afinidades nesse tempo com o Sr. Afonso Costa, então. dirigente: do Partido Democrático.

Suponho que. V. ji/x.a ficará agora muito contente com esta minha declaração.

Descuipe-rae p ilustre Senador Sr. Augusto de' Vasconcelos o ter privado um pouco, mas isto veio na corrente natural das razões que eu estava apresentando para mostrar a minha discordância du op.nião.de S. Ex.a.

Este Governo é composto desta forma: com a maioria dos Srs. Ministros pertencendo ao Partido Republicano Português, com alguns independentes e até' com o Sr. Ministro das Colónias sem afinidade a nenhum partido, político, metido sempre no seu gabinete de trabalho e de oficial da armada.

Não impedi, absolutamente nada, que o Partido Nacionalista viesse para as cadeiras do Pódor, 'como não impedi que ele tivesse participação neste Governo no caso .de os seus políticos terem aceitado.

Não fiquei satisfeito, pôr conseguinte, de V. Ex.a dizer que este Governo não pode fazer a conciliação.